Olhares sobre o FC2017: Amar Pelos Dois (Salvador Sobral)


Tema: Amar Pelos Dois
Intérprete: Salvador Sobral
Compositor: Luísa Sobral
Letra: Luísa Sobral



Aaron Garcia-Alvarez: Sem falar da roupa escolhida pelo Salvador, a nível vocal esta foi a surpresa da noite, sem dúvida. Esse som, essa melodia… parabéns! Para quem não é português mas conhece a sua música, pode-lhe lembrar António Zambujo. Trata-se de uma bonita mistura de ritmos que podem conquistar o público europeu. Esperemos que todos tenham a capacidade e o talento para apreciar a verdadeira beleza desta música. 10 pontos

Eurico Alves: Criei muita expectativa com esta canção e confesso que não fiquei desiludido. Não a vejo como um bocejo como muitos, mas sim como algo com muita qualidade, intimista, muito agradável e com uma qualidade de voz e instrumental que ficam na memória. Adorei, mesmo! Lá fora seria uma daquelas que tanto podia correr ou muito mal, não a vejo a meio da tabela, mas mais depressa a adivinho a correr bem. Embora incomparáveis, quem diria que a Hungria passava à final em 2015 (passar à final é já uma vitória para Portugal), o Chipre no mesmo ano, que a Letónia iria tão longe? A sério, fico contente com esta música, merece muito! O Salvador não merece os comentários ressabiados (para com a RTP e não para com ele) que o chamam de autista e outros que tais; percebam o enquadramento da música, o estilo particular a ela inerente e a atuação fará todo o sentido. 6 pontos

Fabiana Silva: Uma performance "friki" para uma canção incrivelmente bonita. Que orquestração primorosa, que vai te envolvendo e te levando por uma viagem no tempo! Assim que a ouvi durante o show, veio-me à cabeça as novelas de época brasileiras, uma coisa meio "As Pupilas do Senhor Reitor". A letra é maravilhosa e a voz de Salvador é tão agradável, mas ele deveria ser mais sério, ter uma postura um pouco mais alinhada - esse jeito meio 'estranho' de ser pode acabar afastando os votantes. Se vencer o Festival da Canção e fizer algumas mudanças na parte visual, pode ser uma grande surpresa em Kiev, até mesmo ficando no top10. 7 pontos

João Diogo: É-me muito difícil perceber se se adoro ou odeio este tema, mas, enquanto escrevo este comentário, estou na fase em que gosto. Acho que a sua magia vem do facto de não negar que é antiquado, que soa aos anos 50, que tem influências de bossa nova. E isso ajuda imenso a que a recetividade seja melhor. Nota-se bem o cunho da Luísa Sobral e o Salvador tem uma interpretação sublime, apesar dos tiques que tem ao longo de toda a canção. Se a atuação em palco for (muito) mais cuidada não vejo porque não será um bom representante de Portugal. Não tinha qualquer expectativa para esta dupla mas deram-me uma chapada de luva branca. E ainda bem! 7 pontos

Luís Florindo: Quirky e intimista. Momento de emoção que passou na atuação. Prova que as fórmulas da Eurovisão não precisam de ser seguidas e talvez por isso tenha lugar lá fora.  6 pontos

Nelson Costa: Salvador Sobral canta com o coração um poema simples e lindíssimo, cheio de emoção, fraseado muito bem delineado, dinâmica instrumental muito bem conseguida e um compasso fora do vulgar no Festival da Canção. É a verdadeira canção genuína. Não sendo “festivaleira”, como diz a compositora Luísa Sobral, é uma das canções que seguramente merece representar Portugal. A canção é aparentemente simples, mas foi muito bem pensada por toda uma equipa de luxo: para além dos manos Sobral, Luís Figueiredo tocou piano e o Quarteto Arabesco está nas cordas, tendo sido gravada nos estúdios do Rui Veloso. Pena não os podermos ver ao vivo no palco do Festival da RTP. Gostaria de poder ouvir a versão inglesa da canção, seguro que para a Eurovisão essa seria a opção mais correta para que pudéssemos deixar a Europa e Austrália entenderem a mensagem e sentirem aquilo que nós, portugueses, sentimos quando ouvimos Salvador Sobral. 10 pontos

Nuno Carrilho: Salvador Sobral veio dar uma valente chapada de luva branca a todos os que fizeram prognósticos baseados apenas no sucesso dos interpretes do FC (ok, ainda me dói a cara). Que maravilha meu Deus... Todos já sabíamos que a Luísa Sobral tinha um jeito muito próprio de cantar o amor... mas esta composição é algo do outro mundo. Tudo ali funciona: o instrumental a ouvir-se e a respirar sem letra (algo tão raro); a interpretação bem conseguida do Salvador... tudo! A maior surpresa desta edição! Terei todo o gosto em ser representado pelo Salvador em Kiev! Go Go!" 12 pontos

Patrícia Gargaté: Muito respeito por este tema, que honestamente era daqueles aos quais não dava grande importância. Uma chapada de luva branca para quem julga antes de ouvir, aí me incluo e acredito que existem mais como eu, não só neste tema como em todos os outros. Mas bem, Amar Pelos Dois é uma música subtil, delicada e muito bem interpretada. Fiquei muito surpreendida com a performance em TV, porque ao vivo não deu para perceber o impacto da atuação. Espero algo ainda melhor na final. Pontos positivos para o poema, que está fantástico. Como falo sempre num contexto de Eurovisão, é um potencial representante português que se vai sentar numa balança e tanto pode correr bem como mal, depende da performance, da opinião do público e da forma como vai ser interpretado pelos estrangeiros, sem esquecer os outros temas a concurso na mesma semifinal... 10 pontos

Pedro Coelho: Podemos dizer que é uma canção que precisamos que amadureça nos nossos corações. A Disney conheceu o jazz e a bossa nova e resultou nesta música melancólica da Luísa Sobral. Gosto mais de a ouvir de que de vê-la. A interpretação pouco convencional de Salvador distrai-me, demasiadas vezes, da beleza da música. Desculpem se sou um conservador, mas preferia uma atuação que resultasse em menos GIFs cómicos e gargalhadas incontidas. Está a ser um sucesso na internet e hoje é a música mais ouvida no YouTube português. 6 pontos

Raquel Costa: De vez em quando acontecem momentos assim. Mágicos. Amar pelos Dois é a prova concretizada de que menos é mais. Performance contida, maravilhosa na timidez estranha de Salvador Sobral. Um arranjo musical de luxo (nunca subestimem o poder da combinação de um piano com um conjunto de cordas), uma voz doce, doce, uma letra sublime na sua simplicidade. Será que somos dignos de Amar pelos Dois? Não sei. Mas vamos sonhar enquanto podemos. 12 pontos

Rui Lavrador: Amar Pelos Dois foi escrito e composto por Luísa Sobral e interpretado pelo seu irmão, Salvador. Um tema bonito com uma letra "ternurenta". Mas objetivamente alguém achará que poderá ir a Kiev e ganhar? Dificilmente. Contudo é um tema à imagem de Luísa Sobral e que assentou que nem uma luva na voz e interpretação de Salvador Sobral, que foi gigante em palco. 2 pontos 

Rui Ramos: Sublime. Majestoso. Grandioso. Encantador. Poderia usar mais. Mas estes adjetivos chegam para descrever este Amar Pelos Dois. Quem vê esta atuação não pode ficar indiferente, não consegue. A melhor parceria composição/interpretação. Salvador foi o intérprete que mais transmitiu a mensagem pretendida. Quem acompanha o festival europeu já vivenciou o sucesso de músicas 'intimistas'. E nós poderemos alcança-lo com esta dupla de irmãos. Sucesso já provado após (quase) uma semana da semifinal onde o vídeo da sua actuação atingiu tantas visualizações quanto as outras restante sete juntas. Salvador, o teu coração pode amar por 11 milhões! 12 pontos


Total: 100 pontos
Nota: Os comentários de Fabiana Silva estão escritos em português do Brasil dada a origem dos autores.

5 comentários:

  1. Lindos comentários. Obrigada

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  2. Este vosso sistema de pontuação pode e deve melhorar: deve-se excluir sempre a nota mais alta (um dos 12 pontos, neste caso) e a mais baixa (2 pontos estranhamente atribuídos). Depois soma-se as restantes. Neste caso: 86 pontos. Deste modo minimiza-se uma eventual tentativa de prejuízo ou benefício.

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  3. Magnífica a todos os níveis. Longe do que os fiéis seguidores da pop anglo-americana/nórdica apreciam. Obrigado, FC e Salvador.

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  4. Não sei se esta música vence a final. Sei é que há muito tempo que não ouvia algo de que gostasse tanto. Não é estar apaixonada. É estar obcecada. E quanto mais ouço e vejo, mais gosto. Da melodia, da letra, do compasso, do fraseado impecável, dos arranjos, dos silêncios, da voz doce, da postura inquietante e naif do Salvador.

    Independentemente do que acontecer na final, obrigada a quem criou isto.

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  5. Uma canção que prima pela simplicidade, pela doçura!

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