[Olhares sobre o JESC2021] Portugal
Portugal
Intérprete(s): Simão Oliveira
Tema: "O Rapaz"
Aan Branco - Quando Simão de Oliveira venceu o The Voice Kids eu fiquei desiludido. Não porque ele não tivesse talento, mas porque acho que o seu estilo de música era desadequado ao certame Júnior. Infelizmente não me enganei. Desde um estilo antiquado de fado, aos problemas de dicção, não há muito que se possa dizer d’”O Rapaz”. A letra é OK e o Simão é um bom fadista, mas não penso que este será o ano de Portugal. Em contraste com a Geórgia, que nos traz umas vibes retro bem conseguidas, este estilo de fado somente transmite ares saudosistas. Merecemos mais e Simão também.
André Pereira - E eis o regresso de Portugal com Simão Oliveira e “O Rapaz”. O Simão, vencedor do The Voice Kids, do qual mereceu imenso ganhar, representa então o nosso país, ele que tem uma voz bastante matura e bastante linda canta “O Rapaz” que tem uma composição fantástica e uma letra igualmente boa. Sobre todo o conjunto é uma canção muito boa, e talvez mesmo a nossa melhor canção no JESC, mas num ano com canções tão boas, será que vamos ter o nosso melhor resultado de sempre? Boa Sorte Portugal!
Diogo Martins - Portugal resolveu apostar na sua cultura. Levamos um Fado ao festival júnior! No geral, não é um estilo que oiço e que seja fã, mas é uma canção que se ouve bem. É uma canção com power, tem identidade. O que mais gosto na canção é sem dúvida o instrumental. Está muito bom. O Simão tem uma voz muito boa e ele consegue transmitir todas as emoções que a canção tem. E acho bem capaz de chamar a atenção do júri.
Fábio Ventura - Portugal é provavelmente o único país a apresentar-se no palco do JESC com uma canção muito própria, muito autêntica e muito representativa de uma cultura mais anciã e tradicional que o país guarda. “O Rapaz” é uma canção especialmente feita para o nosso rapaz vencedor do The Voice Kids, o Simão. É bastante adequada ao pequeno grande espírito dele (algo que raramente se vê no JESC), num tom sério, maturo e elegante. É sempre um gosto enorme ver o nosso tão Fado nos palcos estrangeiros – não só é a primeira vez que este estilo musical é enviado ao palco do JESC como é também a primeira vez que somos representados por um… rapaz. A mensagem aborda precisamente o amor do talentoso Simão pelo Fado e de como esse amor o lembra a própria avó. Os acordes prometem, mas ficaram aquém e tenho imensa dificuldade em perceber aquilo que é cantado. Acho curioso a RTP, que tem sido tão crítica da maturidade excessiva das canções de países concorrentes, agora estar a apostar numa canção que é a mais matura deste ano. E é isso que sinto: a canção não se encaixa no público do festival. Talvez em cima do palco consiga destacar-se pela diferença, especialmente naqueles momentos finais com a cenografia e visuais que se exige… o que duvido. De qualquer forma, toda a sorte Simão!
Gonçalo Canhoto - Quem acompanhou o percurso do Simão no The Voice Kids poderia prever que Portugal iria marcar pela diferença em Paris. Ainda assim, bastou-me escutar os primeiros segundos do tema para ter a certeza que seríamos uma das grandes surpresas da edição. “O Rapaz” é uma canção com forte inspiração no fado – um registo inédito e que não esperaríamos ouvir no concurso infantil. Embora seja apontada por alguns como uma proposta demasiado madura para a Eurovisão Júnior, considero que a unicidade, a autenticidade e o à-vontade do Simão são valores que se sobrepõem e os ingredientes que tornam esta aposta muito especial. É, indubitavelmente, a escolha mais arriscada de 2021 mas, acima de tudo, Portugal volta a apostar na diferença e na qualidade como imagens de marca perante o público europeu.
Heldér Simões - A canção portuguesa tem o seu encanto - mas não consigo encaixá-la no certame juvenil. É adulta, é forte, é sentimental. O Simão tem boa voz, o arranja é lindo, mas parece completamente desenquadrada. Infelizmente, e espero estar enganado, não consigo prever um top 15 para Portugal. Força Simão, continuas a ser o maior!
Hugo Sepúlveda - Quem acompanhou Simão Oliveira no The Voice Kids, não fica surpreendido pelo género musical com que levamos ao JESC este ano! A voz de Simão causa logo um impacto pelo seu tom e o seu timbre, que de criança parecem ter pouco. O Rapaz é uma canção muito portuguesa na sua essência e em tudo aquilo que procura transmitir – ora não fosse o primeiro fado que Portugal leva ao JESC! Acaba por ser uma aposta muito única e especial, mas um tanto arriscada na medida em que não conquista a uma primeira audição e pode parecer demasiado “antiquada” (não fosse essa outra característica associada a Portugal nas lides eurovisivas). Esperemos que o último lugar no alinhamento nos traga alguma sorte!
Ivo Mendonça - “O Rapaz” traz ao festival da Eurovisão júnior uma combinação única de elementos tradicionais, com uma voz bastante madura e saudosista, e uma letra que se adequa à faixa etária do concurso. Simão Oliveira acaba por trazer um tom de voz bastante peculiar e único, destacando-se pelo forte corpo vocal, que, aos mais distraídos, o podem confundir com grandes vozes do mercado musical português dos anos 60-70. E, para a tenra idade do intérprete, é um feito que não é para todos. A melodia e interpretação acabam por transparecer bastante autenticidade na forma como é comunicada musicalmente a mensagem da canção. Pessoalmente, creio que é das melhores prestações portuguesas no concurso, e ninguém se irá esquecer do timbre e interpretação do Simão. Tenho algumas dúvidas que seja suficiente para surpreender na Europa. Boa Sorte Portugal.
Luís Coelho - Simão traz-nos um fado. Confesso que a primeira vez que ouvi a música não me agradou de todo, mas, apesar de ser a nossa música é a que mais cresceu em mim. O instrumental é de outro mundo, que conjugação linda de instrumenos. Simão apesar da sua tenra idade, apresenta já uma voz poderosa e muito consistente. Boa sorte Simão, boa sorte Portugal.
Pedro Caramba - Mais uma participação do nosso país nesta competição. Este ano foi escolhido o Simão Oliveira, vencedor da última edição do "The Voice Kids".
Canção composta por Diogo Clemente e Fernando Daniel, " O Rapaz" faz-nos viajar uns anos atrás, às memórias de família do próprio Simão. Destaco aqui a parte instrumental desta canção como o ponto mais forte. Não sendo o maior fã do estilo de canção, acho que Portugal está de parabéns por mais uma participação.
Pedro Dias - Por motivos patrióticos, é-me complicado comentar as propostas portuguesas. Mas fazendo o esforço para ignorar o facto de ser a nossa representação, tenho confiança no comprovado talento do Simão, mesmo se a canção não me enche as medidas. É certo que o instrumental é muito bonito, e o som da guitarra portuguesa valoriza-o muito, mas acho a canção muito desatualizada e que nunca irá chegar longe junto dos jovens europeus, que irão assistir ao concurso. Mas espero estar completamente errado, e desejo a melhor das sortes à comitiva portuguesa. Se conseguisse o melhor resultado de sempre para Portugal, já seria excelente.
Ricardo Matias - A primeira balada/fado que Portugal leva ao JESC. Pontos a destacar: o instrumental e a produção muito bem cuidada, sem exageros e típica do nosso país. Ao adicionar a voz extremamente madura do Simão, e a própria atitude, acredito que este ano Portugal não vai ficar esquecido, tanto no júri como no público. Acredito que para um concurso juvenil a canção possa eventualmente ser demasiado madura e “calma”, contudo prevejo para Portugal o melhor resultado de sempre. Força Simão!
Rodrigo Pinto - Vi um comentário no Youtube que acho que resume a nossa representação da melhor forma possível em poucas palavras: autêntico e fiel a ele próprio. Desde a vitória do The Voice Kids, deu logo para entender que o nosso Simão tem coração de artista. E que tem mais do que suficiente para chegar longe no mundo da música, se assim entender que é o caminho a seguir. Orgulho-me em dizer que em 2021 levamos a melhor canção portuguesa até hoje no Festival Júnior - lembra um belo fado cantado por ícones como Camané e Carlos do Carmo, mas com o toque único de Simão Oliveira. Espero, com o coração cheio a escrever estas palavras, que com "O Rapaz", com beleza clássica, com "feeling over fireworks" que obtenhamos a melhor classificação de sempre no JESC. Infelizmente, o meu gosto pessoal em relação ao elemento vocal impede-me de dar 12 pontos à nossa representação - mas mais que tudo, valorizo a qualidade distintiva desta voz de fadista. Simão, estamos contigo. Portugal, estamos juntos.
Rui Duarte - Goste ou não de "O Rapaz" , é o estilo que encaixa melhor no Simão e naquilo que ele gosta de cantar, e isso é sem dúvida o mais importante. Conhecendo de perto, o que o Simão costuma fazer, não tenho dúvidas que ele dará o seu melhor pela canção, e que, tanto o estilo da mesma como a sua interpretação poderá agradar ao júri. Pessoalmente, achando a canção demasiado "pesada" para o Junior Eurovision e que não agradará parte do público juvenil, não posso deixar de imaginar um bom staging e a tentativa por parte da RTP em trabalhar com nomes consagrados para a composição da mesma. Resta-me desejar que todo o trabalho reverta a seu favor.
Pontuações:
Aan Branco - 1 ponto
André Pereira - 6 pontos
Diogo Martins - 6 pontos
Emanuel Filipe - 7 pontos
Fábio Ventura - 4 pontos
Gonçalo Canhoto - 7 pontos
Hélder Simões - 3 pontos
Huno Sepúlveda - 5 pontos
Ivo Mendonça - 7 pontos
João Diogo - 5 pontos
Luís Coelho - 10 pontos
Nuno Carrilho - 7 pontos
Pedro Caramba - 1 ponto
Pedro Dias - 4 pontos
Ricardo Matias - 8 pontos
Rodrigo Pinto - 10 pontos
Rui Duarte - 3 pontos
TOTAL: 94 pontos
PORTUGAL-A RTP está de parabéns porque de vez em quando apresenta-nos destas prendas que pela diferença de que se revestem suscitam a atenção da maioria dos envolvidos nesta praga em que se tornaram estes festivais. A primeira vez que se ouve uma coisa destas levanta-se imediatamente uma onda de estranheza e perplexidade que nos leva a perguntar: "Mas que raio de onde é que surgiu isto?" Mas não se admirem porque o português talvez devido às suas origens acredita pouco em si próprio e por isso na maior parte das vezes põe em dúvida o valor de uma peça valiosa apresentada em bandeja de prata mas cujo teor baseia-se em argumentos que nunca lhe tinham sido apresentados. Acredito, por isso, que se outro país qualquer trouxesse para a ribalta uma obra do género logo diriam que se tratava da réplica de uma verdadeira obra-prima. Não sei se chegará a tanto mas eu consigo gostar e independentemente da classificação que obtiver está aqui um trabalho genuíno que merece todo o meu aplauso. A minha pontuação: 12 pontos.
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