[Olhares sobre o FC2025] JOSH - "Tristeza"
Intérprete(s): JOSH
Tema: Tristeza
Emanuel Nabais - Esta é, de longe, a melhor canção da edição. Diria até, a melhor canção dos últimos anos de Festival da Canção. Pode soar a exagero, mas o que é certo é que vejo nesta canção um potencial que vai muito além de uma mera passagem à final. No entanto, o favoritismo precoce que a canção assumiu, parece ter jogado contra a mesma após a atuação na primeira semifinal. Porque algo abaixo de perfeito, iria defraudar expectativas. Vocalmente, tirando um ou outro percalço na primeira metade da canção, foi uma boa prestação. Quanto ao staging, apesar de louvar o esforço em criar um conceito, em criar algo diferente, penso que tem de ser bem repensado. O ponto-chave da atuação, o levitar de JOSH, não deveria ser uma constante durante três minutos de atuação, porque a certo ponto deu a impressão de que já nem ele sabia o que mais fazer ali pendurado. Sei que o conceito tem as suas limitações técnicas, mas se insistirem em manter, e se não pode surgir apenas mais tarde na atuação, é necessário que os planos de câmara não tornem a atuação tão estática, tão linear. Uma coisa é certa: não acho que faça sentido perder uma canção, por algo que é possível limar.
Pontos: 10
Gonçalo Canhoto - A força motriz e o grande favorito da 59ª edição do Festival da Canção voltou este ano a sair da livre submissão de canções. “Tristeza” é uma balada com um instrumental etéreo, que se intensifica até ao final e vale a pena ser dissecado em todas as suas camadas. A sua tristeza elevou JOSH a alturas nunca vistas no palco do festival e JOSH subiu tanto, que acabou por ser vítima de uma monumental expectativa. Em alguns casos, a simplicidade é a chave e, ainda que a sua atuação tenha figurado entre as melhores da noite, o conceito por trás da mesma não resultou em televisão. Faltou intimidade, faltou dinamismo, faltou realização. Continua a ser a minha favorita e a nossa melhor opção para Basileia, mas há substrato para fazer melhor.
Pontos: 12
Hugo Sepúlveda - Eis que chega a vez de Josh, um dos mais esperados, “subir ao palco e ao poste”. Muito se falou em relação a Josh e "Tristeza": o hype, as apostas, as opiniões internacionais, as críticas da imprensa aos ensaios, o fanatismo.. Acredito que haver tanta expectativa acabou por não ajudar neste caso. O conceito e a intenção estão lá, mas a concretização e execução ficaram aquém. Senti que faltou fumo para esconder a base do suporte, um trabalho melhor no que toca a planos, talvez. Parece que ficamos os 3 minutos a ver o Josh, estático, constrito ao adereço e nós presos a ele. O sentimento e o instrumental, que deviam ser os pontos fortes, acabaram por ir para segundo plano. Mesmo aquele final, que tem uns toques sublimes e que devia ser épico e apoteótico, ficou a saber a pouco. Espero que consigam resolver isto até à grande final, especialmente os “barulhos” que surgem com alguns movimentos do Josh!
Pontos: 10
Ivo Mendonça - Quando a esmola é muita, o pobre desconfia. Infelizmente, toda a gente, a começar pelos fãs fervorosos da canção, penalizaram esta performance. Tudo se escreveu sobre o quão perfeita era a atuação de Josh. Não é. O conceito é bom, a execução ficou aquém. Não deixa de ser a melhor melodia e canção do concurso - e Josh soube acompanhar muito bem vocalmente. Precisa de perder alguma escuridão no palco, seja pela escolha do visual, seja pelo jogo de luzes escolhido. Acredito que poderá ser um dos candidatos à vitória e que terá tudo para causar impacto na Suiça.
Pontos: 10
Joana Moreno - A voz do JOSH dá uma força incrível à canção, e esse foi o grande trunfo da atuação. A melodia e a letra são bem construídas, mas a performance podia ter sido mais marcante. Faltou-lhe um staging que criasse um impacto maior em palco. Ainda assim, foi uma das melhores composições da noite, muito bem interpretada. Com uma abordagem visual diferente, pode vir a funcionar bastante bem em contexto eurovisivo.
Pontos: 7
João Diogo - Josh subiu ao palco como o grande favorito da semifinal, e era, para mim, também a atuação mais esperada. A expectativa estava alta, o que, como é normal, acaba por gerar alguma decepção se a prestação não corresponder. Inicialmente, Josh parecia nervoso, mas lá recuperou e entregou uma boa performance vocal. A ideia de levitação é interessante e tem um enorme potencial para causar impacto, e é realmente algo que não me lembro de ver antes. No entanto, a execução deixou a desejar. Se não for possível começar sem que o Josh precise estar agarrado à estrutura metálica, o ideal seria usar planos de câmara mais intimistas, focando apenas nele. O "big reveal" da levitação poderia ser feito mais à frente, criando um momento surpreendente para o público. Também houve planos de câmara que não ajudaram a criar o efeito desejado, e aquele plano de cima deve ser melhorado cobrindo o fundo da estrutura. Na minha cabeça, aquela estrutura metálica deve ver-se o menos possível. Embora não esteja totalmente "eurovision-ready", a ideia e o conceito de "Tristeza" têm muito potencial. Se algumas dessas falhas foram causadas pelas limitações técnicas da RTP, algo que não sabemos, ajustá-las poderia transformar a atuação em algo memorável e com muito potencial para Basileia.
Pontos: 10
Madlen Tutelian - É o vencedor óbvio da semifinal, uma atuação criativa e poderosa que com certeza vai dar que falar. Gosto do sentimento assustador da música. Há momentos em que a cenografia está demasiado estática, mas acho que isso pode melhorar para Basiléia. Josh está pronto.
Pontos: 10
Nuno Carrilho - As expectativas eram altas para a atuação do JOSH no palco do Festival da Canção 2025, mas o hype (descontrolado) da comunidade em torno da prestação acabaram por fazer com que a mesma me "soubesse" a pouco. É uma atuação com um impacto visual bastante forte mas que acaba por pecar pela monotonia ao longo dos três minutos. Além disso, sinto que Josh não esteve no seu melhor a nível vocal… Ainda assim, uma forte candidata à vitória.
Pontos: 10
Patrícia Gargaté - A grande favorita da noite (pelo menos dentro da comunidade de fãs) não desiludiu porque não esperava assim tanto. Uma excelente prestação vocal por parte do Josh com uma atuação em jeito de tentativa de fazer algo criativo e inovador. Não desgostei da ideia mas confesso que tudo tão escuro faz confusão e deixa-me a pedir um pouquinho mais. Precisamos de brilho e de um movimento que tanto o corpo do Josh como a realização do Festival da Canção não conseguiram alcançar. Atenção eu sei que não dá para o rapaz estar ali a dar piruetas na estrutura, mas precisamos de mais fluidez, mais naturalidade e melhores planos de câmera. No geral é uma boa proposta e mesmo não fazendo parte da quase histeria coletiva à volta desta canção, acho-a uma forte candidata a representar-nos na Eurovisão.
Pontos: 10
Rita Fonseca - Era impossível sentir tristeza com a qualificação de JOSH, o grande favorito à vitória. É um candidato com bastante potencial para nos representar em Basileia. Adorei o conceito do staging, creio que não era preciso nada demasiado elaborado para que JOSH se destacasse, uma vez que a sua capacidade vocal já nos deslumbra. Ainda que tenha sido das melhores performances da noite, senti que há espaço para melhorar certos aspetos para a Grande Final, nomeadamente acontecer algo mais em palco durante o instrumental e haver um maior foco nas suas expressões, sendo esta uma canção movida pelo sentimento. Justíssimo finalista!
Pontos: 12
Total: 101 pontos
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