[Olhares sobre o ESC2019] Islândia



Islândia
Intérprete(s): Hatari
Tema: Hatrið Mun Sigra



Carlos Carvalho - Depois de ter levado anos a lamentar a completa disparidade entre o brilhante mercado musical islandês e as suas genéricas propostas eurovisivas, 2019 vê finalmente a Islândia a assumir em pleno a sua unicidade musical. “Hatrið mun sigra” é techno, é industrial, é punk e perturba-nos pela ofensiva constante aos sentidos, quer pela extrema agressividade vocal de Matthías Haraldsson, quer pela linha melódica de Klemens Hannigan, ou ainda pela fluidez psicadélica e aparência futurista da produção de Einar Stefánsson. Parece exagerado? Não, não é, e a prova disso é que muitos eurofãs, nada habituados a este género musical, parecem estar a vibrar com a proposta dos Hatari. Visualmente, entre violência, erotismo latente e uma postura política ativa contra Israel, a Islândia arrisca-se a vencer com a sua proposta mais inesperada, ou melhor dizendo, com a sua proposta mais honesta de sempre. 

12 pontos

Cláudio Guerreiro - Esta canção da Islândia é daqueles casos que estaria aqui linhas e linhas a fio a escrever o que me transmite. Foi possivelmente a canção que mais tempo levei a assimilar. Se no início os meus ouvidos estavam apenas centrados naquela voz mais gritada e forçada de um dos vocalistas, aos poucos os meus ouvidos foram-se apercebendo do resto da música. Se antes dava por mim a passar para a próxima música, atualmente dou por mim a fazer constantemente “replay”. Não é de todo um estilo que oiça, mas esta canção, por toda a sua atmosfera (também ela muito nórdica), transporta-me para outra dimensão que não consigo explicar bem. Sei que poderá ser olhada de lado por muitas pessoas, quando virem a atuação, mas creio que este ano teremos a Islândia de volta à final, com algo que promete não passar despercebido. E estará lá de forma merecida e com uma das melhores canções da sua história.

12 pontos

Daniel Fidalgo - O que me faz apreciar um espetáculo como a Eurovisão é a possibilidade de ouvir canções inovadoras e completamente fora da caixa, como é o caso de “Hatrið Mun Sigra”. A produção é eletrónica e pesada, o que vai ao encontro da mensagem violenta que se ouve. Sinto que o diabo é invocado durante a canção e que as portas do inferno irão ser abertas na Eurovisão. Facilmente se vai destacar na primeira semifinal e espero ouvir este tema na final do certame, visto tratar-se de uma das melhores representações da Islândia.

10 pontos

Hugo Sepúlveda - Islândia chegou ao ESC 2019 para dominar. Os controversos Hatari presenteiam-nos com um show BDSM ao som de uma das músicas mais arrojadas do ano. Hatrið mun sigra é uma música mais techno industrial, que mesmo não sendo o género musical predilecto de muita gente, acaba por agradar a uma maioria. Tem um lado catchy e um instrumental poderoso. Como um todo, Hatrið mun sigra funciona muito bem. Tem conceito, tem mensagem, tem música, estética, performance... Tudo faz jus a tudo! O mais interessante, é que isto é muito mais do que bizarria com cariz erótico. Acredito e espero que a Islândia regresse à final e até a um lugar no pódio. É o abanão que precisamos sem precisarmos de uma safe word...

12 pontos

Luís Custódio - Esta música tem tudo para passar à Grande Final. Que o impacto visual da banda e da voz do vocalista vão marcar a Eurovisão já ninguém pode duvidar. É só mesmo saber se ficam em primeiro ou em segundo na sua respectiva semi. A mensagem - "o ódio prevalecerá", que só pode ser interpretada com ironia - contida numa batida tecno poderá alcançar patamares inimagináveis para este género de actuação. Numa semi-final com boas canções pop - Chipre e Grécia são um dos exemplos - a performance da banda vai colar ao público, que quando gosta deste tipo de arrojo, vota. A imagem pode não ser tudo nesta vida, mas na Eurovisão ajuda bastante a ganhar o concurso.

10 pontos

Patrícia Gargaté - Se há temas que perdem pela performance ao vivo este NÃO é um deles. É como se estivéssemos perante um misto entre Rammstein e Scissor Sisters que resulta em algo genial. Entendo que seja uma performance/canção que divide opiniões e acho que aí é que está a chave do sucesso. Para o ESC desejo que não mudem NADA na performance ao vivo pois está muito bem pensada e a roçar no genial - Chocante, controversa, disruptiva. Claramente uma das (minhas) favoritas e espero que, se não ganhar, pelo menos esteja lá perto.

12 pontos

Paulo Lima - “Hatrid mun sigra” rompe todos os cânones eurovisivos, sendo tão inovadora no espetáculo como foram Lordi e Dgenghis Khan. É um tema que nos envolve na sua mensagem de prevenção ao ódio emergente nas sociedades ocidentais tradicionalmente marcadas pela tolerância e paz. Recorrendo à diversidade de ambientes sonoros situados entre o eletrónico, o metal e o progressivo, é uma proposta harmoniosa. Os Hatari mostram competência vocal e dramatizam a sua proposta de forma impactante. É das minhas preferidas, finalista segura com fortes possibilidades para o 6/8 lugar.

12 pontos

Ricardo Matias - É difícil descrever para mim a aposta da Islândia este ano. Para os parâmetros da Eurovisão, é uma canção completamente fora-da-caixa (assim como a canção portuguesa), e que face à proximidade de performance com Portugal na semifinal me faz crer que ou uma das duas passa à final, ou nenhuma passa. É uma canção que ou se adora ou se odeia. Pessoalmente não gosto, não tanto por ser fora-da-caixa, mas por não ser um estilo que seja do meu agrado. Estou curioso para ver qual o resultado que terá na semifinal e na final, sendo que compararei sempre esta aposta à de Portugal. 

7 pontos

Tomás Nabais - Este ano a Islândia aposta num tema muito arrojado: mais virado para o dark (da letra passando pela performance em si) e muito electrónica com metal. Não sendo uma canção que seja do meu agrado, reconheço a criatividade e a ousadia do grupo Hatari, desde logo com o título do tema: “Hatrið Mun Sigra”, que traduzido à letra quer dizer “O ódio prevalecerá”. Interessante a conjugação de vozes (grave e aguda no refrão). Penso que agradará mais facilmente ao televoto e prevejo uma possível qualificação à Grande Final (ao fim de 5 anos).

5 pontos

Total dos 35 comentadores: 262 pontos
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1 comentário:

  1. Música da pesada para compôr o ramalhete. Estes monstros da Islândia são apesar de tudo mais bonitos do que os seus irmãos finlandeses. Não sei qual é o partido deles mas com estas vozes assim tão roucas ficam mais a jeito para afugentar apoiantes do que para os aproximar. A Europa contra todos os revezes continua unida e assim deverá ficar porque,como diz a cartilha, unidos todos seremos mais fortes e mais capazes de nos ajudarmos uns aos outros, não perdendo de vista os mais pequenos e mais frágeis. É para isso que serve a União...ou deve servir. Dou 0 pontos.

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