[Olhares sobre o FC2020] Bárbara Tinoco - "Passe-Partout"


Intérprete(s): Bárbara Tinoco
Tema: Passe-Partout



André Moreira - O tema "Passe-Partout" é leve e capaz de deliciar o ouvido do seu ouvinte. Sobre a sua prestação ao vivo devo confessar que me desiludiu. Considerei, desde o primeiro momento, que Bárbara Tinoco tem muitos limites vocais o que a torna, a meu ver, demasiado frágil e desprotegida em palco. Acredito que também influenciada pelo nervosismo, Tinoco esteve demasiado estática. Vejo "Passe-Partout" como uma mina eurovisiva - daquelas em que prevemos o melhor, porém no momento decisivo não vão a lado nenhum. A sua passagem à final era óbvia. Considero que na final a sua equipa deveria pensar numa estratégia cénica diferente desta, já muito vista. Gostaria que os dançarinos não tirassem o intimismo que a canção pode ter, ou, na incapacidade de tal ocorrer, que Bárbara Tinoco fosse mais interventiva na coreografia. Embora tudo o que escrevi anteriormente, realço que gosto muito da letra e das suas influências retro e jazz.

7 pontos

Fábio Ventura - Se em 2017 Salvador “viveu para amar” alguém que perguntasse por ele, em 2020 Bárbara Tinoco responde à mesma pergunta de forma totalmente oposta (“E se alguém perguntar / Porque desapareci / Diz que não estou mais / Para anormais / E que fugi de ti”) – é quase como se houvesse uma continuidade da magnífica história iniciada na mente de Luísa Sobral. A conhecida voz doce do palco do The Voice e das rádios nacionais, aterra na RTP vinda simultaneamente dos bairros parisienses e das colinas californianas. “Passe-Partout” é uma canção doce e adorável, que ganhou destaque aquando a sua revelação. Rapidamente atingiu o estatuto de favorita, mas não na minha classificação. Contudo, e especialmente quando a RTP já me habituou à inexistência de cenários adequados às canções, a Bárbara surpreendeu-me com um cenário que chama a atenção. A energia e a entrega da actuação puxam-na novamente para a frente dos restantes temas no Festival. Ainda assim, há pontos a melhorar nesta lufada de ar fresco: falta química entre a Bárbara e as câmaras e falta também ver a intérprete a acompanhar os dançarinos no musical que nos trouxeram.

12 pontos

Hugo Sepúlveda - "Passe-Partout" confirmou  o seu estatuto de favorita tentando levar-nos cenário adentro! Bárbara Tinoco conseguiu trabalhar a sua canção de um modo fofo e com a sua graça, conseguindo uma leveza adorável que nos procura conquistar, tirando um pouco o peso das inúmeras referências culturais. "Passe-Partout" tem cenário, ritmo, bailarinos e tornou-se numa história adorável de uma separação que saiu dos versos e ganhou personagens para um “live-action”. Ainda há por onde melhorar, desde a própria Bárbara como todos os intervenientes, coreografia e cenário, mas é sem dúvida uma potencial vencedora do festival. Bárbara junta-se à lista dos que de facto pensaram no festival além da canção por si só com uma actuação que poderia ser tirada de um filme musical e “la la” foi até à final (não necessariamente da Eurovisão, apesar de tudo). Os meus 12 pontos advêm das canções a concurso, pois este ano carece da música que me faz votar como um aficcionado rico!

12 pontos

João Diogo - “Passe-Partout” cedo se assumiu como a grande favorita para representar Portugal na Eurovisão e demostrou esse favoritismo no sábado. A performance não está perfeita, precisam de ser limadas muitas arestas, mas o conceito (La La Land) está lá. É preciso encaixar melhor a Bárbara na coreografia, é preciso saber onde a câmara está a filmar e usar as expressões faciais para cativar o público la em casa. É provavelmente a nossa melhor hipótese na Eurovisão mas ainda precisa de muito trabalho

10 pontos

Luís Nepomuceno- Sem dúvida, a melhor canção da noite. Apesar de precisar de afinar alguns pormenores, foi a que mais se destacou. Voz, cenário top. Sem fails de câmaras na final, é seriamente a uma das mais bem posicionadas para vencer

12 pontos

Nuno Carrilho - Antes das atuações de sábado, tinha as minhas reservas sobre a atuação de "Passe-Partout": não sei porquê, mas sempre pensei que a canção fosse morrer em palco... algo que não aconteceu. Ao lado de Filipe Sambado, teve a atuação mais pensada da noite e capaz de captar (ainda mais) as atenções. Divertida, ritmada, cativante... É, para mim, a grande favorita à vitória.
12 pontos

Patrícia Gargaté - A clara favorita da semifinal fez questão de mostrar trabalho na sua performance. Nota-se alguma preocupação em apresentar uma proposta distinta e adaptada para televisão, contudo creio que está verde... Não sei se falta de tempo para uma melhor preparação ou se falta de jeito da Bárbara para a dança. Uns passos a mais não faziam mal... e porque não juntar o Tiago Nacarato à dança? Creio que no palco de Elvas tem como ser melhor executada. A nível vocal a Bárbara esteve perfeita! Uma das melhores da noite.
10 pontos

Pedro Fernandes - Provavelmente a canção que partiu com maior grau de favoritismo antes da semifinal. Bárbara Tinoco e Tiago Nacarato não se agarraram a esse estatuto e quiseram garantir uma performance aprimorada com elementos cénicos que nos transportam para uma rua de Paris e para o universo da  chanson française. O ponto negativo da atuação vai para a falta de empatia da Bárbara com as câmaras e com os bailarinos durante a atuação. O factor diferenciador seria vê-la a abraçar a personagem do tema que defende de alma e coração. Em todo o caso, temos aqui a candidata a bater em Elvas.

10 pontos

Rúben Ameixa - A Barbara já nos habituou ao seu estilo tipo Sobral. A sua voz doce joga também a favor. Depois de Elisa, é a minha segunda opção para a Eurovisão. Com um stage bem feito, até poderia resultar em surpresa.

8 pontos

Total: 93 pontos

5 comentários:

  1. Passe-Partout ainda não me convenceu e o próprio título é um perfeito disparate que soa a um certo pedantismo ou pretensiosismo, como se queira. Não tem nada a ver com o quotidiano português e o estrangeirismo (galicismo) introduzido no tema é completamente inócuo. Prevejo-lhe uma hecatombe se for apurada para a Eurovisão. Dou: 0 pontos.

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  2. Já não publicam aqui os comentários?

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  3. Passe-Partout, igual a galicismos (francesices), não consegue ter piada, apesar de todos os esforços em que a um tema genérico sobre uma separação pouco amigável se junta uma música dos princípios do século 20. Não me parece uma obra de muito bom gosto e estou mesmo em crer que na Eurovisão iriam estranhar muito a introdução deste tipo de música no festival em representação da emissora estatal portuguesa. Pontuação: 0 pontos.

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  4. A música Passe-partout foi muito antiquada para o meu gosto, apesar de eu gostar muito da voz da cantora...

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  5. O que acho engraçado:
    A Bárbara esteve demasiado estática?, mas com excessão dos "Thrones"foi a que mais se mexeu....
    A Bárbara esteve demasiado nervosa?.. Mas mesmo assim foi a que mais cativou com suas expressões e gestos ao cantar/contar a sua história...
    A música é pretenciosa?... Depois de ver a actuação, todos os comentários a apelidam de fofa e colorida....

    Podemos gostar ou não da música mas inventar desculpas esfarrapadas isso sim, parece pedante e pretensioso....
    Foi das melhores da noite, das melhores da edição deste ano e ou muito me engano, chamará á atenção de muita gente na Eurovisão...
    Boa sorte para ela, que foi das que mais se esforçou, mais cantou e mais encantou..
    Parabéns para ela, tem o meu voto.

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