[Olhares sobre o FC2021] Valéria - "Na Mais Profunda Saudade"

 

Intérprete(s): Valéria
Tema: Na Mais Profunda Saudade


Alexandre Lopes - Eu sou sempre da opinião que Portugal devia de levar algo que destacasse a sua cultura à Eurovisão. Portugal têm uma cultura tão rica, traz sempre algo único e autêntico nos palcos, o que a faz tornar num dos países mais autênticos da Eurovisão. “Na Mais Profunda Saudade” é um tema impactante do início ao fim. A Valéria é o centro das atenções da performance. Do começo dramático da música, contrastando, com o fato jovial da Valéria, trazendo modernidade, à presença em palco, captando a nossa atenção, ao “bridge instrumental” que exprime aquela sensação de rapidez, evidenciado que algo está para acontecer muito brevemente na canção e depois o momento que marca os 3 minutos da performance, aquela nota final da Valéria, juntamente com a “camera shot” que reflete o brilho da Valéria, o clímax perfeito da música. Aqui prova-se, que com menos, pode-se fazer muito mais. Valéria esteve irrepreensível a nível vocal, os ângulos de câmaras foram excelentes e o jogo de luzes foi bastante eficaz. A única coisa que mudaria na performance, era pôr um background mais simples, achei os grafismos desnecessários, especialmente os grafismos à frente da Valéria. Foi a melhor performance da noite, foi claramente a que se destacou mais e depois desta performance, não me surpreenderia ver a Valéria, estar entre as candidatas a vencer o Festival da Canção deste ano. E não me iria queixar, estaríamos muito bem representados em Roterdão com esta canção.

10 pontos


Cláudio Guerreiro - Esta proposta tem tudo aquilo que os fãs de fado podem esperar de uma música do género, uma vez que carrega aquela melancolia tão característica. É uma das melodias mais bonitas deste Festival da Canção, disso não tenho dúvidas. Na parte vocal parece haver algumas melhorias a fazer. Ainda assim, é um conjunto que justifica merecidamente a passagem à final. Apenas creio que não seja a música certa para nos representar lá fora.

7 pontos


Emanuel Filipe - A Valéria sempre foi uma das minhas favoritas, e já era de antever uma atuação brilhante, mas mesmo assim conseguiu superar as minhas expectativas. O que já era bom na versão estúdio, ganhou uma outra dimensão ao vivo. O instrumental é fantástico, com uma progressão incrível, e da conjugação desse mesmo instrumental com a voz da Valéria resulta algo épico. Confesso que não gostei muito das imagens usadas nos leds, penso que não são necessárias, mas de resto, só posso elogiar. Gostei de várias propostas na primeira semi-final, mas a Valéria foi a minha favorita, e caso vença, é uma representação que me deixará muito orgulhoso. 

12 pontos


Gabriel Ribeiro - “Na Mais Profunda Saudade” elevou a qualidade com a performance ao vivo. Valéria foi das melhores vozes da noite. Na música não pode haver preconceitos e, qualquer que fosse a canção, a interpretação desta artista não nos deixava mal. Não sou grande fã do tema, mas tenho a certeza de que a Valéria deixaria muito boa imagem de Portugal em Roterdão. Uma música que nos aquece o coração e nos deixa orgulhosos. A direção artística também não ficou nada mal e a Valéria conseguiu-nos prender de início ao fim. Não espero mudanças na final e, mesmo assim, vai ser uma das atuações mais desejadas. Parece-me que vai disputar o primeiro lugar...

10 pontos
 

Gonçalo Canhoto - Desde o princípio que tive as minhas reservas acerca de “Na Mais Profunda Saudade”, não por colocar em causa a grandiosidade do tema, mas porque a resposta da Europa a um fado puro é uma incógnita que poderia oscilar entre o extraordinário e o trágico. Se a Valéria inicialmente se mostrou nervosa, tornou-se evidente que a cada segundo a sua confiança ia disparando, dando ao tema a expressividade que este precisava em palco. A atuação atingiu o seu ápice perto do fim, com uma nota final que me arrepiou e creio ter conquistado votos tanto do público como dos jurados. Foi, para mim, o melhor momento da primeira semifinal e acredito estarmos perante o dark horse da edição.

10 pontos


Hugo Sepúlveda - Umas músicas promissoras e que, a meu ver, mais dependia da sua actuação para se elevar ou perder todas as hipóteses de uma qualificação! Valéria começou de um modo tremido e inseguro, mas conseguiu progredir e soltar o seu vozeirão – ainda que podia estar mais soltinho ao longo de toda a música, mas nada que na final não se resolva! A meu ver, visualmente a música teria resultado melhor se a iluminação tivesse acompanhado o crescer dela! Ainda assim, destaco o meu ponto favorito deste conjunto que foi o fim épico! Parece-me uma concorrente à altura para disputar o pódio!

6 pontos


Inês Cipriano - A minha favorita desta semifinal. Um belíssimo fado cheio de sentimento e alma, com uma melodia algo contemporânea e um poema muito bonito. Penso que a interpretação da Valéria transmite bem a emoção do tema, até mesmo para quem não entende a língua. O staging precisa de ser melhorado, mas fora isso não tenho nada a apontar. Não sei se este fado se destacaria lá fora, mas não me importava nada que nos representasse.

10 pontos
 

João Diogo - A atuação da Valéria foi a melhor conseguida da noite. Não me espantava se tivesse vencido a semifinal porque foi muito boa e não teve grande competição. A composição é belíssima e a voz da Valéria potentíssima, de nos fazer arrepiar. Na atuação há algumas coisas a melhorar. O jogo de luzes precisa de mais movimento, de ser menos estático, e de ter um lugar mais proeminente na atuação (principalmente durante o solo de guitarra). O início com a Valéria a caminhar em direção ao centro do palco está bom mas eu tornava-o mais dramático, talvez com algum fumo, para agarrar imediatamente o telespectador. Os ecrã vídeo precisam de ser mudados urgentemente pois são um bocado infantis e não se adequam nada à canção. Ponto positivo para o vestido escolhido, principalmente a cor, por terem deixado de fora o típico preto. Os dois últimos planos de câmara são absolutamente perfeitos.

10 pontos
 

João Vargas - A minha canção e interpretação favorita da noite. Considero "Na Mais Profunda Saudade" um fado moderno onde encontramos bastantes raizes portuguesas. Valéria teve vocalmente bastante segura em palco e a emoção que entregou a esta canção foi arrepiante.  Destaco a nota final que foi cantada na perfeição e assim terminou a canção de forma maravilhosa. Quero apenas salientar que notei que faltava algo no staging e sem dúvida que colocava a guitarra portuguesa em palco com 2 ou 3 músicos para enriquecer ainda mais a atuação. Valéria vai lutar pela vitória na final do FC e pode perfeitamente ser a nossa representante. Eu ficaria feliz.

10 pontos

 
Nuno Carrilho - Era uma das minhas favoritas antes da semifinal e tal não mudou com a atuação no passado sábado. "Na Mais Profunda Saudade" é uma canção muito forte que, mesmo não sendo um fado puro, é o mais próximo do fado que já tivemos no Festival da Canção. A jovem Valéria defendeu muito bem a canção e não cedeu ao nervosismo que apenas acusou no início. Nota positiva também para a roupa que utilizou que lhe deu a imponência que merecia. Tirem as guitarras portuguesas dos LED's e fica uma atuação perfeita. Uma fortíssima candidata a representar Portugal em Roterdão e uma das minhas favoritas.

12 pontos
 
 
Patrícia Gargaté - Para mim a grande surpresa da noite! Apesar de já ser uma favorita dos fãs, confesso que ainda não tinha prestado a atenção devida à canção. A Valéria começou nervosa, o que depressa foi ultrapassado e conseguiu dar a volta de forma sublime. Forte a nível vocal, atingiu o seu ponto alto no final da canção, o que deixou uma sensação de impacto muito maior. Gostei também do vestuário e da disrupção com o traje tradicional de quem se apresenta a cantar fado. Um contraste interessante e bem pensado. Uma fórmula de sucesso que tem tudo para um excelente resultado na final. Apesar de não ser a minha proposta de eleição para a Eurovisão creio que está no lugar certo: na grande final. 
 
10 pontos


Pedro Caramba - E se o arranque foi bom, esta canção não ficou atrás. Apesar das primeiras notas terem mostrado algum nervosismo, a Valéria agarrou bem a canção até ao final. Excelente voz, uma orquestração soberba. Destaco a "high note" quase no final, a demonstrar um grande alcance de voz. Adorei o vestido.

12 pontos


Ricardo Matias - Este é um claro exemplo em como uma canção pode melhorar significativamente quando interpretada ao vivo. Fiquei extremamente admirado ao saber que a Valéria, de tão tenra idade apresenta uma voz tão madura e profunda para o que a canção pede. Admito que quando vi a performance da Valéria fiquei em toda a canção com arrepios, e é raro isso acontecer comigo ao longo dos anos em que vejo o Festival da Canção. Portugal nunca levou um Fado à Eurovisão. Porque não levar esta canção? Eu apoio essa decisão.

10 pontos
 

Ricardo Rodrigues - “Na mais profunda saudade” - Desde que ouvi a versão de estúdio que sempre pensei que a Valéria poderia facilmente se sagrar na vencedora desta edição do Festival da Canção, ao cumprir de forma exímia a prestação vocal e com aquela nota no final da canção é um produto televisivo demasiado comovente para que seja indiferente ao público e júri. Há um trabalho interessante de câmera e também de luzes, a única grande falha, na minha opinião, é o uso das paredes LED com a animação da guitarra portuguesa em roxo, que parecem empobrecer e distrair do trabalho impecável feito nas luzes. Penso que foi a grande vencedora desta primeira noite.

10 pontos

Total: 139 pontos

1 comentário:

  1. Não há dúvida que representou bem a classe fadista, mas nem fado-canção se pode considerar, é um fado cantado com a garra que se reconhece em todos os grandes fadistas e na Grande Noite do Fado a actuação de Valéria seria naturalmente bem premiada. Porém, para um festival de música ligeira está fora do seu ambiente natural. Apenas para o seu talento e a figura altaneira que ela revelou vão os meus 12 pontos.

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