[VIENA 2015, porque não?] Espanha



O PAÍS

Portugal e Espanha partilham muito mais do que apenas a mesma península. Entre ambos, existe toda uma ligação histórica que permanece através dos tempos. Dos casamentos entre a realeza; das ofertas de território; da partilha de ilhas; da divisão do Mundo; das trocas comerciais e culturais; dos conflitos armados que os uniu, ou afastou; da adesão à UE no mesmo dia; da partilha da mesma moeda; da abertura turística entre ambos; da comercialização de produtos e serviços; das privatizações; da queda numa crise económica comum; nas altas taxas de desemprego; da disputa das Ilhas Selvagens e das trocas de pontos na Eurovisão! Tudo isto mostra que entre ambos existe uma espécie de casamento antigo, daí ouvir-se com frequência o ditado: “De Espanha nem bom vento, nem bom casamento”, o que não é de todo verdade, os ventos maus poderão até dar veracidade ao chavão, uma vez que os ventos de leste vindos de Espanha, são fustigadores, mas já em relação aos casamentos, as uniões entre os dois países até funcionam bem, veja-se o que aconteceu aquando da prenda de D.Afonso VI, o Condado Portucalense, ao Conde D.Henrique e à D.Teresa, rapidamente os ideais antigos de independência, ganharam mais força e deram frutos. Da mesma forma que, ao longo dos séculos que se seguiram, imensas uniões foram celebradas entre as duas coroas. Os encantos do nosso país vizinho vão bem mais além dos ditados, ou dos matrimónios. Esta monarquia constitucional europeia é uma nação mágica, bela e pejada de história e cultura. Os seus cidadãos conseguem transmitir sempre alegria, força e orgulho do seu passado e do seu presente. Têm a capacidade de se reinventar constantemente e do pouco fazerem muito. Quando querem, de uma simples pedra podem contar uma bela fábula e criar toda uma vida ao redor da mesma. São um povo moderno, colorido, aberto, positivo e divertido, e mesmo nos momentos mais difíceis enfrentam os problemas com a mesma ousadia e coragem que enfrentam os touros.

Espanha é uma terra de contrastes, de força, de coragem, de aventura, de tradição e de festa. O verde forte da Galiza, gémeo do nosso Minho; as águas frias atlânticas que banham as praias desertas; o marisco que nesta zona tem um sabor tão próprio; os caminhos de Santiago que nos levam pela magia dos lugares, das gentes, até à fé do santo, do ritual da cabeçada, do sabor da Torta típica; do galego que nos é familiar, das aldeias perdidas, das lendas e tradições, torna esta região numa das mais interessantes de todo o país. As montanhas do norte que se unem a França; as neves que as cobrem; o frio; os eternos desejos de independência; o sonho de uma vida melhor; as paisagens de encanto; as gentes fortes e acolhedoras; o Guggenheim moderno de Bilbau e a culturalidade de Donostia e o Chupinazo que anuncia o início das Fiestas de San Fermín de Pamplona, elevam o grau de projeção internacional. As grandes planícies do centro, doiradas e secas pelo sol abrasador do verão; as igrejas que se destacam nos povoados; o olhar de curiosidade quando chega um desconhecido; as festas e romarias das aldeias; o silêncio da estrada, o vento quente que varre os campos. A Madrid que nunca dorme; a Cibeles grandiosa com os seus leões; o urso e o seu doce medronheiro; o cheiro do cocido madrileno e a barbacoa nas fiestas de San Isidro; dos sabores do Pincho de tortilla e da fria Estrella Damm bebida num dos bares; o saboroso chocolate com churros comidos ao lanche, na esplanada de um café; a arte no Prado; a La Movida nas ruas; os estrangeiros na cidade; as cores, os sonhos e os sorrisos da Cavalgata, ou a Parada de los Reyes Magos; a monumentalidade que alberga a realeza; o aeroporto que nos liga às Américas, mostram o coração pulsante do reino. A quente e árabe Andaluzia, com as cidades quase dentro do Mediterrâneo; as praias cheias; as mansões, os barcos, o jet7 de Marbella; os muitos velhos marinheiros, morenos e de barba a lembrar a série Verão Azul; as festas até ao nascer do dia; os amores de verão; as siestas revigorantes; a mouraria de Córdoba e de Granada; as lendas do Palácio de Alhambra e os encantos dos seus jardins; o cheiro a cera, a fé, a grandiosidade dos andores, as multidões; os roxos, dourados e os pretos da Semana Santa de Sevilha; os outubros quentes; o guloso tocino de cielo e a mistura única de anis e mel dos pestiños; os tombos e o frio de rachar da Sierra Nevada; o calor da lareira; o vento a assobiar e a empurrar os flocos de neve contra as vidraças; os caminhos da montanha e o serpentear do Guadalquivir, mostram o passado e a convivência de diversos povos numa fusão única no caminho de um futuro grandioso. A Valência colorida e aquecida pelas Fallas; o fogo de artifício que ilumina os céus; as esculturas adoradas até às cinzas; as palmas, a alegria e o orgulho nos trajes; as cores e o cheiro da Paella Valenciana; a riqueza do Turrón de Jijona no Natal; os verões passados nas praias e as lutas antigas e divertidas da Tomatina, colocam a região no mapa dos grandes festejos e da diversão espanhola. A majestosa, viva, lutadora e quase independente Catalunha, com a bela Barcelona e a cara e inacabada Sagrada Família; o expoente arquitetónico La Pedrera; o passear obrigatório nas Ramblas; as noites nos clubes e discos; os tocadores nas ruas; o verde pontuado com pinhões e passas dos Espinafres à Catalã; o exotismo do Suquet de Peix; o doce e a variedade dos Panellets; a cremosidade do Creme Catalão; o ferry apinhado para Ibiza; os sorrisos dos catalães; o orgulho na sua comunidade e o olhar desiludido para Madrid. As veraneantes Baleares e as suas enchentes sazonais de estrangeiros; os corpos, as roupas, o moreno, as fiestas, o azul, o branco de Ibiza; as praias, a animação, as multidões, as deliciosas Ensaimadas, as artificiais Perlas Maiorquinas, o serpentear da estrada Sa Colobra e as gentes variadas dão cor e vida a Palma; as enseadas intocáveis, a calma, a beleza, o mar, a brisa fresca, os passeios pela Ciutadella e a magia do farol da Punta Naty mostram que Menorca é um a ilha de braços abertos e que todos têm um lugar lá. As belas e tranquilas Canárias, únicas; diferentes; terras onde dormem vulcões; praias cinzentas; desertos varridos pelo vento; palmeiras; a vida própria dos seus habitantes; a linguagem assobiada do Silbo Gomera; as longas dunas espraiadas de Fuerteventura; o rebuliço da Gran Canária; os rios de lava e o Parque de Timanfaya de Lanzarote; o dragoeiro que nasce em Tenerife e as temperaturas amenas de Las Palmas fazem com que este arquipélago seja muito procurado quer por turistas que querem animação, mas também descanso, quer por pessoas que pretendam viver uma vida mais calma. A ex-portuguesa Ceuta e os inúmeros vestígios desse passado, o escudo que nos é tão familiar na bandeira; as ruas estreitas e antigas; as muralhas a lembrar as disputas; o exotismo e a miscigenação cultural visível e o piscar de olhos a Marrocos, fazem desta cidade autónoma um destino muito interessante para se visitar.

O Reino de España, localizado na Europa meridional, na Península Ibérica, faz fronteira a sul e a leste com o Mar Mediterrâneo e com o território britânico ultramarino de Gibraltar, a norte encontra a França, Andorra e o Golfo da Biscaia e a noroeste e oeste tem como vizinhos o Oceano Atlântico e Portugal. Incluídas no seu território encontram-se as Ilhas Canárias, no Oceano Atlântico, as Ilhas Baleares no Mediterrâneo e duas cidades autónomas no norte de África, Melilla e Ceuta.

Há 35 mil anos, os primeiros humanos chegam à Península Ibérica, ao território atual da Espanha. Até à chegada dos romanos, cerca de 218 a.C., este território foi invadido e colonizado por celtas, fenícios, cartagineses e gregos. Mas o alargamento do Império Romano até à Península Ibérica foi muito difícil e demorou quase dois séculos. Lentamente as culturas das populações celtas e ibéricas foram sendo romanizadas (latinizadas). Foi atribuído o nome romano Hispânia à Península, que foi altamente influenciada por esta presença e novo modo de vida. A base das leis atuais, a língua e a religião surgiram com essa mesma influência. A classe aristocrática da altura, assimilou os líderes locais e esta região viu nascer os Imperadores Trajano e Teodósio I, assim como o filósofo Séneca. Para o Império, a Hispânia era o seu celeiro e a produção agrícola disparou nesta região. Mas em 409, os povos germânicos suevos e vândalos, juntamente com os alanos sármatas e com os visigodos invadiram e devastaram a Península, acelerando a desintegração do Império Romano do Ocidente. Os diferentes povos invasores foram-se espalhando pelas diversas regiões da Hispânia. No século VIII (711-718), a expansão do Califado Omíada conquistou quase todo o território da Península Ibérica, exércitos de mouros muçulmanos provenientes principalmente do norte de África avançaram sobre a mesma, submetendo-a dessa forma à lei islâmica. Córdova foi a capital do califado, era a maior, mais rica e sofisticada cidade na Europa Ocidental na época. O comércio, o intercâmbio cultural, a tradição intelectual e a interacção entre as culturas romanizadas, a muçulmana e a judaica, originaram uma cultura distinta. No século XI, a fragmentação dos territórios muçulmanos em reinos rivais (as taifas), possibilitou uma oportunidade para os pequenos Estados cristãos ampliarem os seus territórios. Mas durou pouco, a chegada das seitas islâmicas dominantes dos Almorávidas e Almóadas, do Norte da África, restaurou a unidade na Península Ibérica muçulmana, o Islão foi assim aplicado de forma mais rigorosa e menos tolerante, aumentando as disputas entre cristãos e muçulmanos, que resistiam no norte da Península desde o século VIII. Assim e impulsionados por um espírito cristão deram inicio à Reconquista Cristã que ao longo do tempo foi avançando para o sul e expulsando os mouros da região. A conquista de Granada em 1492, ditou o final do poderio muçulmano. Paralelamente com o avanço da força cristã, os seus reinos e principados foram-se desenvolvendo de forma notável. Em 1469, o casamento da rainha Isabel I de Castela com o rei Fernando II de Aragão, levou a união dos seus dois reinos e à criação do grande Reino de Espanha, estavam assim lançadas a base para a Espanha moderna e para o Império Espanhol.

No século XVI, Espanha era a maior potência europeia devido à riqueza e ao comércio impulsionado e proporcionado pelas suas colonias, que juntas formavam o Império Espanhol (conhecido como o Império onde “o Sol nunca se punha”), que ia desde a América, ilhas na região Ásia-Pacifico, áreas da Itália, cidades do norte de África, bem como zonas que atualmente integram a França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. A atuação de Carlos I e Filipe II (a dinastia Habsburgo), que governaram a Espanha durante o século XVI, colocaram este reino sempre nos grandes conflitos da época (Guerras Italianas, Revolta dos Comuneiros, Revolta Holandesa, Rebelião das Alpujarras, conflitos com os otomanos, a Guerra Anglo-Espanhola e as guerras com a França). A chamada "Era dos Descobrimentos" foi importantíssima não só para o reino, como para toda a Europa, as explorações e todo o comércio, quer de metais preciosos, quer de novos produtos, assim como as consequentes trocas culturais e os grandes avanços a vários níveis, modificaram toda a mente e a maneira de viver e de ver o Mundo. A morte de Carlos II originou a Guerra de Sucessão, que teve como consequências diretas a subida ao poder dos Borbões e a perda da sua supremacia militar. O período que se seguiu foi descendente, sucessivas bancarrotas retiraram a força desta potência e no século XVIII, o reino era uma potência inferior.

As grandes mudanças na Europa do século XIX afetaram Espanha. A independência da maioria das colónias do Novo Mundo, as Invasões Francesas e os conflitos internos originaram um longo período de instabilidade, onde liberais, republicanos e partidários do Antigo Regime lutavam entre si. Com a chegada da Revolução Industrial, nas duas últimas décadas do século, chegou também um aumento da riqueza, principalmente da classe média e a Guerra Hispano-Americana (1898), que libertou as restantes colónias, exceto as africanas. A instabilidade política continuou no século XX e na Primeira Guerra Mundial, a Espanha tomou a opção neutral. Entrou na Guerra do Rife (conflito entre Espanha, França e as tribos marroquinas rifenhas e Djebali), apesar de vencer, as perdas humanas foram grandes, o que minou a Monarquia levando ao estabelecimento da Segunda República. Em 1936, inicia-se a Guerra Civil Espanhola (1936-39) que coloca o país numa situação caótica, Mas as forças nacionalistas, lideradas pelo general Francisco Franco, com o apoio da Itália fascista e da Alemanha nazista saíram vitoriosas e Espanha mergulha no Franquismo (Ditadura de Franco, que durou entre 1939 e 1975, ano em que morreu o general). A situação de isolamento político e económico que este país vivia desde a neutralidade simpatizante com as Potências do Eixo na II Guerra Mundial (Alemanha, Itália e Japão), durou até 1955, quando o país ganhou uma importância significativa para os Estados Unidos durante a Guerra Fria. Na década de 1960 deu-se o “Milagre Espanhol”, um forte crescimento económico que encaminhou o país para uma economia moderna. Com a morte de Franco, em novembro de 1975 e com a aprovação da nova Constituição Espanhola de 1978, foi oficialmente restaurada a democracia e Juan Carlos assumiu o cargo de Rei de Espanha e de chefe de Estado, repondo a monarquia, mas agora aumentando o poder regional e local, descentralizando o mesmo, e criando uma organização interna baseada em comunidades autónomas. Mas, apesar do elevado grau de autonomia regional, algumas comunidades queriam a independência do país. O País Basco foi a região que mais lutou para isso e o seu movimento radical nacionalista, liderado pela organização armada Euskadi Ta Askatasuna (ETA), usou até de uma campanha violenta para o conseguir, inúmeros atentados contra alvos específicos e estratégicos, ceifaram a vida a 800 pessoas e abalaram o país. A pressão nacional e internacional levou a que em 2011, a organização cessasse a sua atividade. Em 1982, Espanha aderiu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e em 1986 aderiu à Comunidade Europeia (actual UE). A 1 de janeiro de 2002, a peseta é substituída pelo euro, que compartilha com outros 15 países da zona euro e vive um período de grande crescimento económico até 2008, quando uma grave recessão ditou o colapso económico, situação familiar para a maior parte dos países periféricos da UE. Atualmente e com uma das taxas mais elevadas de desemprego da União, com o empobrecimento a aumentar, com o aumento de vozes contra a própria monarquia e com os desejos e tentativas de independência da Catalunha, o país tenta recuperar o seu crescimento e voltar a ser uma grande nação forte e una.

O reino de Espanha viu nascer inúmeras personalidades que levaram bem longe a sua bandeira ao Mundo, alguns exemplos: Séneca (filósofo romano); Hernán Cortés (explorador, conquistou o centro do actual México, derrubando o Império Azteca); Rainha Isabel I de Castela (rainha de Castela, responsável pela unificação dos reinos de Castela e Aragão, inicio do Reino de Espanha, reorganização do sistema de governo e da administração, reconquista das terras muçulmanas de Granada, apoio a Cristóvão Colombo, expulsão e conversão dos judeus, fervorosa da fé católica, foi-lhe dado o cognome “A Católica”, início da Santa Inquisição); Diego Velázquez (artista do barroco contemporâneo, importante retratista de ascendência portuguesa); Salvador Dali (artista/pintor surrealista/ cubista excêntrico, concebeu a obra A persistência da memória, O grande masturbador, entre muitas outras); Joan Miró (escultor, pintor, gravurista e ceramista surrealista); Francisco de Goya (pintor e gravurista, pintou as “Pinturas Negras”); Federico García Lorca (poeta e dramaturgo); Miguel de Cervantes (romancista, dramaturgo e poeta, escreveu “Dom Quixote”; Rosalía de Castro (escritora e poetisa, fundadora da literatura galega); Antonio Machado (poeta); Santiago Calatrava (arquitecto, projectou a Gare do Oriente, em Lisboa, a Turning Torso, em Malmö, entre muitos outros projectos espalhados pelo Mundo); Pedro Almodóvar (cineasta, actor e roteirista, vencedor de inúmeros prémios, incluído dois Óscares); Antonio Banderas (actor, produtor, cantor e director); Penélope Cruz (actriz, vencedora de inúmeros prémios incluindo um Óscar); Javier Bardem (actor, vencedor de inúmeros prémios incluindo um Óscar); Rocío Jurado (cantora e actriz); Lola Flores (bailarina de flamenco, actriz e cantora); Isabel Pantoja (cantora); Paco de Lucía (guitarrista de flamenco); José Carreras (tenor lírico); Julio Iglesias (cantor); Plácido Domingo (tenor dramático, barítono, musico e maestro); Montserrat Caballé (cantora lírica); Cayetana Fitz-James Stuart (18ª Duquesa de Alba); apenas alguns exemplos entre muitas outras.

PERCURSO NA EUROVISÃO


No que toca ao historial eurovisivo, Espanha é considerado um país mediano, uma vez que em termos de classificações finais, esta consegue ficar no meio da tabela. Participou pela primeira vez em 1961, Conchita Bautista iniciou um longo percurso de 54 anos, mas esta estreia não foi em grande, “Estando contigo” não foi além do 9º lugar. Em 1966 e 1967 Raphael foi o escolhido para levar as cores espanholas ao Festival e conseguiu um 7º e um 6º lugar, a sua canção de 66 foi um sucesso mundial, “Yo soy aquél” foi cantado por muitos cantores internacionais, incluindo por portugueses - Os Anjos fizeram uma versão moderna e com grande sucesso. Em 1968, o “La, la, la” da Massiel, encantou os jurados europeus e saiu de Londres com a 1ª vitória espanhola. Um ano depois, já em Madrid, Salomé e o seu “Vivo cantando” consegue o improvável e juntamente com mais 3 países, sagra-se vencedora. Julio Iglesias, famoso jogador de futebol, tenta trazer outra vitória, mas no ESC1970, “Gwendoline” apenas consegue chegar a 4º lugar. Desde esse ano, uma nova vitória fugiu à Espanha por 4 vezes (1971, 1973, 1979 e 1995), o sonho esfumou-se nas votações e o 2º lugar brindou o país. Apenas uma vez conseguiu o bronze, “Lady, lady”, dos Bravo ficou em 3º, em 1984.

Mas nem só de boas classificações reza a história eurovisiva espanhola: por quatro vezes ficou em último na tabela (1962, 1965, 1983 e 1999), três dos quais com um redondo 0. Em 1999, Lydia sai de Jerusalém com 1 ponto apenas, dado pela Croácia. Seguiram-se umas participações razoáveis, de 2001 até 2004, conseguiu sempre um Top 10. Mas desde Istambul, este país tem caído a pique na tabela e tem ficado nos últimos 10. Esta queda apenas foi interrompida em 2012 e em 2014, quando Pastora Soler e Ruth Lorenzo alcançaram o 10º lugar.

Mas nem só de votos e finais televisivas se faz a Eurovisão, existem prémios extra, que brindam as participações dos países no certame e Espanha venceu alguns deles. Em 1999 a azarenta Lydia ainda nem tinha digerido o seu pontinho e o último lugar da edição 44º e já estava a vencer o não desejado Barbara Dex Award, pois é, nem a canção agradou à Europa, nem a roupinha tipo barraca da praia agradou aos fãs que, sem hesitarem, a elegeram a mais mal vestida dessa edição. Em 2003, a super favorita Beth arrecadou o Fan Award, atribuído na altura pelos membros da OGAE. Desde 2004 este prémio foi substituído pelo Composer Award e este país nunca mais venceu nenhum.

Seleções internas e finais nacionais têm-se alternado na busca do intérprete e da canção que irá novamente conquistar o público europeu e caso Espanha consiga encantar a Europa, inúmeras cidades e arenas estão preparadas para receber o concurso, alguns exemplos: a Palau Sant Jordi, em Barcelona; a Bizkaia Arena, em Barakaldo; a Fernando Buesa Arena e a Iradier Arena, em Vitoria-Gasteiz; a Barclaycard Center, a Palacio Vistalegre, a Caja Mágica e a Madrid Arena, todas em Madrid; a Gran Canaria Arena, em Las Palmas; o Pabellón Príncipe Felipe, em Zaragoza; a Palacio Municipal de Deportes San Pablo, em Sevilha; a Bilbao Arena, em Bilbao; o Coliseum da Coruña, da Coruña, entre muitas outras.

E EM 2015?

Para 2015, a TVE (televisão estatal espanhola), ainda não se manifestou como vai proceder à escolha da canção representante em Viena, mas tudo indica que vai recair numa escolha interna. Então quem na minha opinião estaria melhor preparado para pisar o palco eurovisivo e voltar a trazer o país à ribalta, ou quem sabe até à vitória?

Edurne – Cantora Pop/Rock, apresentadora e atriz nascida em 1985. Participou na “Operación Triunfo” 4, terminando em 6º, desde aí não tem parado, desde outros programas televisivos, sucessos discográficos e tournées, esta jovem tem sempre dado que falar. Senhora de uma boa voz, excelente imagem, boa pronúncia de inglês e bailarina, seria uma excelente escolha para pisar o palco da Eurovisão.



Angy – Jovem cantora, atriz, modelo, locutora de rádio e compositora, nascida em Palma de Maiorca, em 1990. Começou a sua carreira no “Factor X”, onde chegou ao 2º lugar, venceu a “Tu cara me suena” 1ªedição e desde 2007 tem feito sempre sucesso em tudo o que faz. O Pop, Pop Punk, Electropop e o Electro Rock são a sua praia e seria uma excelente opção para Viena.



Marta Sánchez – É uma cantora de Pop Rock, Dance, Pop, R&B e Latina. Com muito sucesso no país vizinho. Iniciou a sua carreira em 1985 e é considerada por muitos como a Rainha do Pop Espanhol. Existem muitos rumores que ela será a escolha da TVE, e caso isso aconteça, acredito que será uma excelente opção para Viena!



Natalia – Conhecida como a princesa do Pop espanhol, nasceu em 1982 e participou na 1ª edição da “Operación Triunfo”, onde iniciou a sua carreira. Desde então lançou 18 singles com milhões de visualizações e 5 álbuns em estúdio. Seria certamente uma grande aposta.



Romy Low – Iniciou a sua carreira aos 8 anos e passou também pela publicidade, televisão e cinema. Atualmente apenas se dedica à música e faz sucesso um pouco por todo o Mundo. Alguns dos seus singles atingiram vários Tops e é uma presença constante nos clubs e discos em toda a Europa. A sua boa imagem e a modernidade seriam excelentes para o concurso.



Malú – Cantora e compositora de Pop Latino e Flamenco, nascida em 1982. Lançou até agora cerca de 11 álbuns e 33 singles, já fez dueto com alguns cantores conhecidos e é senhora de um grande sucesso. A força da sua voz poderia ser muito positiva para a participação da Espanha, acredito numa excelente classificação.



Russian Red – O Indie e o Folk destacam esta cantora no panorama musical espanhol. De seu nome Lourdes Hernández, o seu estilo único e a sua fabulosa voz seriam uma mais valia para a prestação do seu país no certame, porque não tentar com algo diferente?


Rocío Rivas – Jovem cantora, que desde muito cedo mostrou os seus dotes para a música. Com um grande potencial ela mistura o Lírico com o Pop e consegue excelentes resultados. Porque não a Espanha enviar um estilo diferente à Europa?




Natalia Jiménez –
Cantora latina, nascida em 1981, desde sempre teve contacto com a música, uma vez que a sua mãe portuguesa (ou brasileira, existe alguma controvérsia em relação à nacionalidade da senhora) cantava o Fado. Começou por atuar em bares, no metro, na rua, integrou algumas bandas, mas actualmente optou por uma carreira a solo. Boa voz e as suas canções são sempre um sucesso, não faria má figura certamente no ESC.



Miguel Kocina – Cantor nascido em 1984, em Gijón. Durante muitos anos foi jogador de ténis, mas depois decidiu dedicar-se à música, participou em diversos programas de novos talentos e tentou representar o seu país na Eurovisão, em 2007, com a canção “Tardes de Invierno”, mas não conseguiu. O seu romantismo manifesta-se nas suas canções. Deveria voltar a tentar a Eurovisão.



Roko – Atriz, modelo, compositora, guitarrista e cantora, nasceu em 1989. É uma cantora que facilmente se entrega ao Pop, Jazz, Dance e Rock e também já participou em alguns programas musicais, onde arrasou, como por exemplo na 2ª edição da “Tu cara me suena”, que venceu. Seria uma excelente aposta.



José Galisteo – Cantor que iniciou a sua carreira na “Operación Triunfo 2006” e tentou em 2010 representar o seu país no ESC, mas apesar de ser favorito, não saiu vencedor do “Destino Oslo”. Atualmente está a preparar o seu 4.º trabalho de canções Pop, Electro Pop e Dance. A pronúncia do inglês espanholado a juntar à imagem, com uma proposta forte, seria interessante.



Supersubmarina – Banda de Pop e Pop-Rock, criada em 2010, com um sucesso considerável, são uma presença constante em festivais. Uma participação na Eurovisão seria interessante pelo seu estilo diferente que este país costuma enviar.



Izal – Banda de Pop – Rock, formada em 2010, desde a sua formação a critica sempre foi positiva e venceu já alguns prémios musicais. Os seus concertos são sempre um sucesso, apostam agora numa carreira internacional.



Fangoria – É uma famosa banda de EDM, Synthpop, Glam Rock e Pop, existente desde 1989, mas os seus componentes Nacho Canut e Alaska anteriormente faziam parte de outras bandas. Em 1985 tentaram representar o seu país no ESC, mas não conseguiram. A voz da Alaska é inconfundível e o seu estilo diferente é muito interessante. Com uma boa proposta seriam certamente uma boa escolha.


David Bisbal – Finalista da Operación Triunfo e integrou o coro de Rosa no ESC 2002. Nasceu em 1979 e vendeu já mais de 5 milhões de discos e realizou 5 tournées internacionais, com mais de 600 espetáculos e 60 prémios musicais, entre os quais um “Grammy Latino”. O seu sucesso é enorme em toda a América Latina. Poderia tentar ganhar mais um prémio, desta vez a Eurovisão!



India Martinez – Cantora nascida em 1985, na cidade de Córdoba, senhora de uma beleza simples e de uma voz terna, mas poderosa. Foi nomeada para um Grammy latino e venceu em 2012, o Premio Cadena Dial. O seu sucesso levou-a a fazer inúmeros duetos com cantores internacionais. Seria uma excelente opção para o ESC.



Pablo Alborán – Cantor e compositor de Pop latino, nascido em 1989. Os seus discos estão entre os que mais tempo estiveram nos Tops de Portugal e Espanha, com concertos esgotados, programas de tv, prémios e um sucesso meteórico, uma ida ao Festival seria um desejo de muitos, seria um fantástico representante espanhol e uma vitória garantida.



Diana Navarro – Surgiu no panorama musical em 2005 e o seu estilo funde o tradicional com ritmos orientais e árabes, numa mistura muito interessante. A sua carreira tem-se consolidado com os anos e hoje tem um público fiel.


Dover – Banda de Rock Alternativo e de Eletro Pop, criada em 1992, com mais de 2 milhões de discos vendidos, 7 álbuns e 10 prémios musicais no seu curriculum. A sua fama está bem para lá das fronteiras nacionais. Pela diferença integra a lista de possibilidades para representar o país.




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Fonte e Imagem: ESCPortugal; Vídeos: YOUTUBE

8 comentários:

  1. mais uma vez parabens história incrivel nem os espanhois devem conhecer bom trabalho

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    1. Algumas coisas, acredito que muitos espanhóis não conheçam, mas ainda tanto ficou por dizer... :)

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  2. Excelente artigo. Espanha tem excelentes opções e, apesar de ter levado ao ESC2014 um novo talento, os compositores/produtores resultam de parcerias transnacionais o que é muito bom e traz-lhe resultados - ver 2013 e 2014. Algo que não acontece em Portugal, que leva novos talentos ao FC/ESC e equipas completamente amadoras no que diz respeito ao ESC e á musica moderna europeia

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    1. Concordo totalmente, em Portugal falta vontade de vencer, ousadia, medo, inveja, modernidade e afins no que toca ao FC/ESC, assim é difícil conseguirmos uma boa classificação

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  3. Sugestão para a proxima: menos texto, pq é dificil com o scroll chegar ate ao fim do artigo. Embora reconheço que esta excelente em termos de pesquisa

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    1. Tem tanto para dizer sobre cada país, que por vezes é difícil resumir, mas aqui o artigo da Espanha está bem longo... (p)

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  4. pessoalmente gostaria eu de indicar a Maria Villalon (ganhou o 1º ediçao do fator-X cantando um fado), David Bustamante (dos mais desejados para representar o país), Vega (participante de OT) ou Rosa Cedrón (com seu belissimo folk celtico)

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