[VIENA 2015, porque não?] República Checa

O PAÍS

A Česká republika, em português República Checa, é um país da Europa Central, encontra-se a norte com a Polónia e Alemanha, a leste com a Eslováquia, a sul com a Áustria e a oeste volta a encontrar a Alemanha.

A evolução histórica da República Checa inicia-se na Idade da Pedra (28.000 a.C.), diversos achados provam a existência humana nesta região, por volta dessa altura. No século III a.C. os celtas chegaram a esta terra (tribo dos boios, supõem-se que o nome da Boémia provem destes). No início do século I a.C., as primeiras tribos germânicas (os marcomanos) ocuparam a zona, seguiram-se os romanos, os eslavos (seculo VI) e os bávaros/avaros, no século VII. Nesse mesmo século, surgiu a primeira tentativa da criação de um Estado, unindo as diversas tribos, mas foi um processo bastante complexo. Apenas nos finais do século IX, as terras checas ganharam forma e força, através da unificação pelos Premislidas (Přemyslovci). No século X, essa dinastia (Dynastie Přemyslovců), consolida o Reino da Boémia, com capital em Praga, mas em 1306, o assassinato de Venceslau III, dita o fim da mesma. João do Luxemburgo sobe ao poder em 1310, iniciando uma nova dinastia (Dinastia de Luxemburgo). Em 1346, este morre na Batalha de Crécy (Guerra dos Cem Anos) e sobe ao trono o seu filho Carlos IV, nesse mesmo ano ele é coroado Rei dos Romanos e em 1355 ascende a Imperador do Sacro Império Romano Germânico. Este foi muito importante porque colocou a Boémia no centro da Europa, as suas cidades sofreram um crescimento a vários níveis, uma vez que foram praticamente poupadas pela Peste Negra e porque Carlos usou do seu poder para dar grande relevo às mesmas. Os graves conflitos religiosos que surgiram no século XV, as Guerras Hussitas (1420-1434), em que católicos e hussitas (seguidores de Jan Hus, reitor da Universidade de Praga, que se opôs às injustiças da Igreja Católica e pedia a sua reforma, sendo queimado vivo por isso), mergulharam esta região num clima muito complicado. Antevia-se aqui o surgimento do Protestantismo. Em 1438, terminou a Dinastia de Luxemburgo e chegou ao trono a de Habsburgo, que nesta primeira fase durou até 1471, ano em que Vladislau II, chegou ao poder através de herança, mas apenas em 1478, conseguiu governar verdadeiramente a Boémia, depois de muita luta e de um pacto. Iniciou-se assim a curta Dinastia Jaguelônica, que durou até 1526, aquando da morte do seu rei, Luis II e da subida do Habsburgo, Fernando I. O excêntrico Rodolfo II (1576-1611), que governou após a Paz de Augsburgo, de 1555, fê-lo mas com alguma controvérsia e após a sua morte, e a subida ao trono de Matias (1611 – 1617), os conflitos entre católicos e protestantes reacenderam-se, atingiram o seu auge quando, Fernando II, assumiu o trono da Boémia, em 1617, e colocou a nobreza de maioria protestante, em rebelião.

Os graves problemas que se seguiram deram início à Guerra dos 30 Anos (1618 – 1648), que envolveu quase toda a Europa, reinos católicos, Papa, países do norte e protestantes, envolveram-se em grandes conflitos, que destruiu a Boémia e dizimou a maioria da sua população. O Tratado de Vestfália (1648) ditou o fim do conflito e inaugurou o moderno Sistema Internacional, ao respeitar consensualmente noções e princípios como o de soberania estatal e o de Estado nação. As regiões checas passaram a fazer parte da Áustria-Hungria e ficaram arredadas de qualquer importância, a sua cultura foi subjugada pela alemã. No final do século XVIII nasce um movimento checo para a revitalização nacional, que vai aumentando durante o século XIX, devido também ao crescimento e às mudanças na população da Boémia e da Morávia.

Após o final da Primeira Guerra Mundial e o colapso da Áustria-Hungria, os checos e os seus vizinhos eslovacos juntaram-se e formaram a Checoslováquia, em 1918. Esta nova República independente foi invadida pelos alemães em 1939 e deixou de existir, deu lugar ao “Protectorado da Boémia e Morávia”. Com o final da Segunda Guerra Mundial e com a vitória Comunista nas Eleições Parlamentares de 1945, a que se seguiu o “Golpe de Praga” (o Partido Comunista da Checoslováquia, com o apoio da União Soviética tomou o poder). Em 1968, aconteceu a “Primavera de Praga” (tentativa para liberalizar o regime), mas a União Soviética invadiu o país e tornou-o numa federação composta pela República Socialista Checa e pela República Socialista Eslovaca.

O poderio soviético durou até 1989, altura em que a pacífica “Revolução de Veludo” retirou o poder aos comunistas e o país voltou a ser uma democracia. Os anos de 1991 e 1992 trouxeram a Independência para a República Checa, através do seu movimento nacionalista. A Eslováquia conseguiu o mesmo em 93.

Agora o novo caminho era a UE, 2004 foi o ano em que estes dois novos países juntaram-se à União e à NATO, aumentando assim a família europeia e a Aliança Atlântica. A República Checa é agora um país em crescimento, moderno e rico na sua cultura. Sem esquecer o seu passado, olha para o futuro sem medos e tenta colocar a sua marca no Mundo.

Diversas personalidades de várias áreas nasceram neste país, aqui vão alguns nomes: Jan Amos Komenský, Comenuis (pedagogo, filósofo, teólogo, sacerdote, escritor, reformador do ensino e da educação); Bedřich Smetana (pai da música checa); Antonín Dvořák (compositor de música clássica); Alfons Mucha (pintor e gráfico); Jiří Kolář (poeta, tradutor e artista plástico); Jaroslav Seifert (poeta, recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1984); Otto Wichterle (químico, fundador do Instituto de Química Macromolecular de Praga, inventor do nylon e das lentes de contacto de gel); Ema Destinnová (cantora de opera); Sigmund Freud (pai da Psiquiatria moderna); Gregor Mendel (fundador da genética moderna); Martina Navratilova (lenda do ténis, venceu 20 títulos do Wimbledon Tennis); Jaja Vankova (bailarina de Freestyle, coreografa e vencedora do America's Best Dance); Madeleine Albright (secretária de Estado dos EUA durante a administração de Bill Clinton); Pavel Novotný (ator pornográfico); Ivana Trump (modelo, socialite e empresária); Paulina Porizkova (supermodelo e actriz); mas muitos mais ficaram por referir, mas todos com o sucesso em comum.

PERCURSO NA EUROVISÃO

A breve história eurovisiva checa não é muito brilhante: com apenas três participações, obteve dois últimos lugares e um 18º lugar na sua semifinal em Belgrado. O início desta aventura começou em Helsínquia, em 2007, o grupo Kabát obteve um único ponto dado pela Estónia,“Malá Dáma” passou completamente despercebida na Europa. Em 2008, a bela Tereza Kerndlová tentou trazer alguma diversão a Belgrado, com a sua “Have some fun”, mas não conseguiu, o ESC reservou-lhe o penúltimo lugar da Semifinal 2. E porque à terceira é de vez, ou talvez não, em 2009 o grupo Gipsy.cz tentou ir pela via cómica e mesmo assim de nada lhe valeu, a “Aven Romale” foi brindada com um redondo 0, e desta forma, cessa um ciclo negativo para o país neste concurso.

E EM 2015?

Este país regressa ao certame seis anos depois para reescrever a sua história, será que o fado vai ser o mesmo? Espero e acredito que a ČT (televisão nacional), vai apostar bem e vai aumentar o interesse nacional no concurso. Em caso de vitória algumas arenas estão preparadas para receber o evento, são elas: a O2 Arena e a Tipsport Arena em Praga, a ČEZ Aréna Ostrava, de Ostrava e a ČEZ Aréna Pardubice, de Pardubice.

Então quem melhor estará preparado para pisar o palco eurovisivo com as cores checas?

Monica Bagárová – Jovem cantora de Pop, RnB, Funky, Jazz e Soul, nascida em 1994. Participou no programa de novos talentos o Česko Slovenská Superstar 2009, ficando em 5º, desde então a sua carreira musical não parou.


Ben Cristovao – É compositor, ator, dançarino, ex-atleta de topo (snowboard) e cantor de R&B, Hip Hop e Pop. Participou no programa Česko Slovenská Superstar 2009, ficando em 7ºlugar e com esta participação deu um salto para o sucesso. Lançou três álbuns e tem uma legião de fãs, os seus vídeos atingem os milhões de visualizações. Seria uma boa opção para o ESC.



Verona – Grupo de música House, Trance e Dance, composto por Petr Fider e pela cantora Markéta Jakšlová. Surgiu em 2001 e desde então têm tido bastante sucesso no seu país e na Eslováquia, uma das suas últimas canções alcançou também os Tops de diversos países. Em 2007, participaram no Melodifestivalen, mas a sua canção em italiano “La musica”, não conquistou os suecos, acabando em 8º e último lugar da Semifinal 4.



Marketa Irglova – Compositora, cantora e atriz, nascida em 1988, em Valašské Meziříčí, é membro da banda The Swell Season, foi a co-autora da canção “Falling Slowly”, que venceu o Oscar de melhor canção original, em 2008. O seu estilo e a sua voz suave e melodiosa seria uma excelente aposta para este país.



Lucie Vondráčková – Nascida em Praga, em 1980, é uma das cantoras mais famosas do seu país. Ela é também uma grande atriz de teatro, de televisão e de cinema, vencedora de inúmeros prémios.


Marek Ztracený – Cantor e compositor vindo da Boémia ocidental, um dos mais promissores da sua geração. Algumas das suas canções estiveram nos tops durante semanas, deu já mais de 450 concertos e venceu um festival internacional na Polónia. Seria muito interessante vê-lo e ouvi-lo na Eurovisão.



Ewa Farna – É uma cantora de Pop, Pop rock e de Rock polaco-checa com bastante sucesso e uma das mais comercialmente rentáveis no seu país, facilmente os seus discos chegam à platina. Vencedora de inúmeros prémios na área da música e reconhecida noutros países europeus, seria uma boa opção para levar as cores checas.



Support Lesbiens – Banda de Rock e de Pop rock, formada em 1992, inicialmente tiveram muitas dificuldades em entrar no mercado checo devido ao cepticismo por cantarem em inglês, mas agora já com 11 álbuns lançados e uma carreira sólida têm um público fiel. A Eurovisão poderia ser uma aventura, porque não?



Jaro Smejkal – Jovem cantor Pop com uma boa voz, participou no programa de talentos Česko Slovenská SuperStar 2013, ficando em 8º lugar. Desde então tem tido sucesso com o seu trabalho. A sua juventude, modernidade e voz, seriam uma excelente opção.



Cartonnage – Banda de música electrónica formado em Praga, em 2003. Os seus espetáculos são sempre visualmente atrativos e as suas músicas têm sempre muito sucesso. O mix deste duo seria muito interessante para o ESC.



Never Sol – De seu nome Sára Vondrášková, é uma jovem cantora de Pop que usa quase sempre piano, começou a sua carreira no Café V Lese, em Praga e tem cantado com outros cantores. Senhora de uma boa imagem e de uma voz fantástica, iria arrecadar uma excelente classificação para o país.



Charlie Straight – Banda Indie Rock e Britpop que surgiu em 2006, estão actualmente parados desde 2013, altura em que os seus membros decidiram parar por um tempo, apesar de todo o seu sucesso. Porque não regressarem com uma ida ao ESC?



Adam Mišík – Cantor nascido em 1995, iniciou a sua carreira em 2005 e tem uma carreira de ator e músico, toca guitarra e faz muito sucesso, principalmente entre o público mais jovem. Pisar um palco europeu seria muito bom também para o cantor.



Lenka Dusilová – Compositora e cantora de Acústico e Rock Alternativo, nascida em 1975. Iniciou a sua carreira em 1988 e desde então tem vindo a somar sucessos e prémios musicais. Partilhou já os palcos com inúmeros cantores nacionais e internacionais.



Debbi – Cantora de Pop e Rock, iniciou a sua carreira no programa Česko Slovenská SuperStar 2009, foi uma das semifinalistas, em 2010 ganhou o prémio a Canção do Ano no Anděl Awards.



Olga Lounová – Modelo, compositora, atriz, condutora de rally e cantora de Pop e Rock, iniciou a sua carreira musical em 2010. Muito reconhecida no seu país deveria pisar agora o palco eurovisivo.



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Fonte e Imagem: ESCPortugal; Vídeos: YOUTUBE