[VIENA 2015, porque não?] Arménia


O PAÍS

A Հայաստանի Հանրապետություն, em português, República da Arménia, encontra-se no sul do Cáucaso, entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, numa região montanhosa da Eurásia. Este país não tem costa marítima. As suas fronteiras encontram a sul o Irão e o enclave de Nakhchivan, que pertence ao Azerbaijão, a oeste a Turquia, a norte a Geórgia e a leste unem-se ao Azerbaijão.

O Homem povoou esta região na pré-história, diversos achados arqueológicos têm vindo a aparecer e a mostrar que talvez a agricultura e a própria civilização tenha nascido nesta zona. Pensa-se que o bíblico Jardim do Éden tenha existido aqui. Este país é o principal herdeiro do lendário país Aratta (Ararate), mencionado em certas inscrições sumérias. Na Idade do Bronze, diversos Estados surgiram na área da Grande Arménia ("Arménia histórica"), incluindo o Império Hitita (o mais poderoso), o Mitanni (sudoeste da Grande Arménia) e Hayasa-Azzi (1500 –1200 a.C.). Entre os séculos XII e o VI a.C., o povo Nairi e o Reino de Urartu, sucessivamente, estabeleceram as suas soberanias no planalto Arménio. Esta diversidade de povos está na base da diversidade do povo arménio. A atual capital do país (Erevan), surgiu no ano de 782 a.C. pela mão do rei Urartiano Argistis I. Por volta do ano 600 a.C., a Dinastia Orôntida ( Երվանդունիներ), tornou-se a primeira da Arménia. Este país, devido à sua localização estratégica entre dois continentes, foi sempre alvo de desejo e constantes invasões por diversos povos (assírios, gregos, romanos, bizantinos, árabes, mongóis, persas, turcos otomanos e russos), fizeram e mudaram a história do país. Em 301, este país tornou-se oficialmente o primeiro país cristão do mundo, ao adoptar o Cristianismo como religião oficial do Estado. Entre 428 e 636 (Período Masdeísta), o Império dos Sassânidas (Dinastia Persa) prosperou na região, altura em que algumas derrotas e guerras civis, ditaram o final deste império, dando lugar ao califado árabe. Desta forma emergiu o Emirado da Arménia dotado de alguma autonomia junto ao novo Império. Este Principado, ou Emirado, terminou em 884, após a sua independência dos árabes, renasceu o país, agora como Reino Bagrátida da Arménia, sob a dinastia dos Bagratuni (Բագրատունյաց Արքայական Տոհմ). A duração foi curta, pois em 1045 o Império Bizantino conquistou a região. Mas esta nova conquista ainda foi mais curta, pois em 1071 os turcos seljúcidas derrotaram os bizantinos e conquistaram a Arménia na Batalha de Manziquerta, estabelecendo o Império Seljúcida. Em 1100, após o colapso deste Império, surgiu o Principado dos Zacáridas (príncipes da nobre família arménia dos Zacáridas), que ocupou uma boa parte do país. No ano de 1230, o Ilcanato Mongol conquistou o principado, assim como o resto do país. Durante os 200 anos que se seguiram outras tribos da Ásia Central, foram invadindo e destruindo a região. Já no século XVI, O Império Otomano e o Império Safávida, anexaram a zona e obrigaram os arménios a viver em enclaves, apesar disso existia uma certa autonomia em relação aos demais que integravam o Império.

Em 1908, o Império Otomano entrou em decadência, e a chegada ao poder dos Jovens Turcos fez renascer a esperança nos arménios que durante séculos viveram como cidadãos de segunda classe. Mas em 1914, após a aprovação do pacote de reformas e do advento da Primeira Guerra Mundial, a sua situação piorou e a 24 de abril de 1915 iniciou-se o Genocídio Arménio (milhões de arménios foram massacrados pelo próprio governo turco que ocupava a região). Ainda hoje, esse massacre em massa do povo arménio, é negado por alguns países. Com o final da Grande Guerra, a vitoriosa Entente dividiu o Império Otomano através do Tratado de Sèvres de 1920, em que entre outras coisas previa manter independente a RDA (República Democrática Arménia), que ainda estava no seus primeiros anos e anexar a Arménia Ocidental. Mas este tratado foi rejeitado pelo Movimento Nacional Turco e nesse mesmo ano teve inicio a Guerra turco-arménia, terminada a 2 de dezembro, do mesmo ano (Tratado de Alexandopol), apenas dois dias depois, os russos ocupam Erevan e a RDA termina. A anexação completa deste país à URSS aconteceu a 4 de março de 1922, que juntamente com a Geórgia e o Azerbaijão, formou a República Federativa Socialista Soviética Transcaucasiana (RFSST). A RFSST existiu de 1922 até 1936, quando ela foi dividida em três repúblicas: a RSS da Arménia, a RSS da Geórgia e a RSS do Azerbaijão. A situação arménia estabilizou durante este período, mas com a morte de Lenine e a chegada ao poder de Estaline, tudo voltou a ser terrível. O Grande Expurgo de Estaline ditou a deportação e a execução de milhares de arménios, entre os milhões que este mandou matar. Em 1953, Estaline morre e Nikita Khruschev assumiu o poder na URSS, melhorando a vida na Arménia Soviética. Nos anos 80 do século passado, Gorbatchev governava a União Soviética e com as reformas da Glasnost e da Perestroika, os arménios de exigiram mudanças, paralelamente começaram os problemas com o Azerbaijão Soviético, devido ao distrito autónomo de Nagorno Karabakh, habitado maioritariamente por arménios, separado desta por Estaline em 1923. Para devastar ainda mais a já massacrada Arménia, um grande terramoto assolou o país em 1988. 

Já nos anos 90, e com o estabelecimento do Novo Exército Arménio (NEA) na luta contra o Exército Vermelho Soviético e depois de alguns incidentes violentos, de um boicote num referendo, da fragmentação da União Soviética, a Arménia declarou-se independente. Assim, a 23 de Agosto de 1991, este país torna-se a primeira república não-báltica a separar-se dos russos. Nos primeiros anos pós-soviéticos, as dificuldades económicas e o aumento dos confrontos entre os arménios de Karabakh e azeris, colocaram a jovem república numa situação bastante complicada. O bloqueio aéreo e ferroviário imposto pelo Azerbaijão e pela Turquia aumentou ainda mais os problemas. Esta guerra terminou em 1994, após um cessar-fogo intermediado pela Rússia, mas o status de Karabakh ainda não está determinado e os dois países estão ainda de costas voltadas e as suas fronteiras fechadas, o que afecta a economia das duas repúblicas. A Turquia tem também as suas fronteiras encerradas para a Arménia.

Com a entrada no século XXI, os grandes problemas económicos continuam, elevadas taxas de desemprego afetam a sua população, mas mesmo assim existiram algumas melhorias, o que fez com que desde 2007 a sua economia se tornasse numa economia de mercado. As suas boas relações com a Europa, com Médio Oriente e com a Comunidade dos Estados Independentes têm permitido o crescimento do comércio. Lentamente o país vai crescendo, mas precisa de muito para que a sua população tenha uma vida mais fácil.

Este país foi o berço de inúmeras personalidades que através dos seus feitos colocam o nome do país bem alto e mostram a grandeza dos seus, de salientar: Hovhannes Tumanyan (poeta, novelista e escritor de contos, um dos maiores poetas nacionais); Avetik Isahakyan (ativista, poeta e um dos maiores escritores sobre o Genocídio Arménio); Hovhannes Shiraz (poeta); Gevorg Emin (tradutor e poeta); Edgar Hovhannisyan (compositor); Angela Sarafyan (actriz, fez a vampira egípcia Tia, no Twilight saga's Breaking Dawn Part 2); Felix Ryan (ator); Vic Darchinyan (boxer); Tatev Abrahamyan (jogadora de xadrez); Karo Parisyan (judoca e expert de Jiu-Jitsu); entre muitos outros.

PERCURSO NA EUROVISÃO

Em 2006 começou a caminhada eurovisiva deste país. André pisou o palco de Atenas e começou logo bem, “Without your love” arrecadou o 6º lugar da semifinal e o 8º na Final. Em Helsínquia, o cantor Hayko conquistou mais um 8º lugar. Seguiu-se um 4º lugar em 2008, a super favorita “Qélé, qélé”, da Sirusho conquistou a Europa, seis anos depois, um novo 4º lugar chegou à Arménia, “Not alone”, do Aram Mp3 voltou a brilhar no ESC e a obter uma boa classificação em 2014. 2009 e 2010 foram novamente anos de Top 10, as irmãs Inga and Anush conseguiram um 10º lugar, enquanto que “Apricot stone”, de Eva Rivas, arrecadou um 7º lugar na Final. Curiosamente em 2009 aconteceu algo inesperado, a Arménia brindou o Azerbaijão com um ponto.

A única vez que este país não se classificou para a final foi em 2011, Emmy e a sua “Boom boom” ficou no 12º lugar da semifinal e regressou mais cedo a Erevan. Em 2012, apesar do ESC ser no país vizinho, o país resolveu não participar, as relações com o Azerbaijão não são as melhores e apesar das garantias de segurança, o país ficou ausente. Regressou ao certame no ano a seguir, mas apesar do 7º lugar da semifinal, o grupo Dorians apenas conseguiu o 18º na Final de Malmö, sendo esta a pior classificação do país no ESC. “Qélé, qélé” pode não ter ganho o ESC 2008, mas venceu o Poplight Fan Award em Belgrado, após votação dos ESC fãs.

O país continua em concurso e caso vença em Viena, a Karen Demirchyan Complex de Erevan está preparada para receber o ESC2016. Em 2011, esta mesma arena foi a casa da 9ª edição do JESC.

E EM 2015?

Quem está à altura para continuar a brilhar e levar ainda mais alto as cores arménias até Viena?

Artsrun Khangeldyan – Jovem compositor e cantor que se deu a conhecer nos programas de novos talentos X Factor, The Voice of Armenia e Hay Superstar não se sagrou vencedor de nenhum, mas deu cartas. Fã eurovisivo, lutador, com uma bela balada poderia ir longe no ESC.



Lilit Hovhannisyan –
Nascida em 1987, em Erevan, é uma cantora Pop bastante famosa no seu país. Iniciou a sua carreira no programa Hay Superstar, que não venceu, terminou em 4º lugar, mas desde aí não tem parado. A sua beleza, sensualidade e voz, aliados a uma canção poderosa seriam uma excelente aposta para a Eurovisão.



Erik Karapetyan – Cantor Pop, nascido em Tbilisi, Geórgia, em 1988, mas vive em Erevan há muitos anos, sendo aqui que faz carreira. Vencedor de alguns prémios e concursos musicais era uma boa escolha para levar um Pop a representar o país.



Mariam Melik-Bakhshyan –
Jovem cantora que iniciou a sua carreira em 2013 e o seu primeiro single foi um sucesso imediato no país. Porque não tentar o ESC, a sua carreira está bem no início e poderá ser uma boa rampa de lançamento e trazer uma boa classificação.



Anna Tovmasyan – Cantora Pop nascida em 1987 e é uma cantora em ascensão. Lançou alguns hits que lhe deram bastante visibilidade, atualmente anda em tournée por alguns países da Europa.




Noro –
Nascido em 1986, é um cantor arménio residente em Los Angeles. Algumas das suas canções são um verdadeiro sucesso no seu país. Poderia pisar o palco eurovisivo com a bandeira da Arménia.




Juice –
Cantora, bailarina e compositora. Iniciou a sua carreira ao ser backing vocalist de uma cantora russa, com a qual viajou pela Europa e conheceu o mundo da música. Os seus dotes não passaram despercebidos e rapidamente foi convidada como cantora principal. Algumas das suas canções entraram para diversos Tops e hoje é um sucesso. Seria uma opção interessante para o ESC.




Hasmik Karapetyan –
Nascida em 1977, é uma cantora Pop famosa, iniciou a sua carreira em 1995 e viajou pela Europa, pelas cidades onde a diáspora arménia é considerada. Esteve já nomeada para inúmeros prémios na área da música, mesmo na Rússia. Senhora de uma carreira sólida daria uma boa representante.



Nune Yesayan – Cantora Pop/Folk nascida em 1969, editou 10 álbuns e encheu concertos um pouco por todo o Mundo. O seu sucesso não conhece barreiras. Uma cantora já com muita experiência e uma boa canção poderia dar excelentes resultados.



Hasmik Araqelyan – Uma jovem cantora senhora de uma voz mágica, que se está a lançar e bem para o mundo da música. Pouco ainda se sabe dela, porque não se mostrar no ESC?



Silva Hakobyan – Nasceu em 1988, em Vayk, é uma promissora cantora que venceu o programa “Next big thing” da BBC.



Arame – Nasceu em 1982, em Armavir, é um cantor Pop, que iniciou a sua carreira em 2004 ao participar no “Song of the year of Armenia”. Poderia ser uma boa opção para o ESC com uma canção bem mexida.



Arminka – Cantora nascida em 1973, em Erevan. Iniciou a sua carreira musical com o grupo “Hayer”, em 1992 com o qual trabalhou durante 5 anos. Em 2000 lançou-se numa carreira a solo e com bastante sucesso, actualmente tem um sucesso considerável no seu país. Tem tudo para representar e bem o seu país.



System of a Down –
Famosa banda de Metal americana, formada em 1992. É uma banda mundialmente famosa, com 5 álbuns de estúdio e uma legião de fãs. Os seus concertos são sempre um mega sucesso e já venceram alguns prémios na área da música, incluindo um Grammy para Melhor performance de Hard Rock 2006. Apesar de ser uma banda americana, os seus membros são na sua maioria naturais da Arménia e do Líbano, daí indicá-la para representar o país. Uma ida ao ESC é impossível, mas que dava que falar, e muito e as audiências disparavam.



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Fonte e Imagem: ESCPortugal; Vídeos: YOUTUBE

5 comentários:

  1. Paulo Morais parabens bom trabalho escolha musical espetacular

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    1. Obrigado Fatima Figueiredo por acompanhar a minha escrita aqui no site (k) (o)

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A Arménia tem diversos bons artistas, diria excelentes, nem sei qual o melhor. E depois mesmo sendo um pais pobre como se le no artigo, consegue ter uma rpodução musical ao nivel dos EUA. Será que os artistas trabalham com produtores da Suecia ou mesmo EUA?

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    1. Rita Martins, alguns cantores fazem algumas parcerias com produtores estrangeiros, mas a maioria da música feita no país, é mesmo feita por nacionais e realmente este país tem tantos cantores bons...

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