[VIENA 2015, porque não?] Chipre


O PAÍS

A Κυπριακή Δημοκρατία, ou a República de Chipre, é uma ilha situada no Mediterrâneo oriental, a leste desta encontra-se a Síria e o Líbano e a norte a Turquia, país que ocupa um terço da ilha cipriota (norte) desde 1974 e que só esta reconhece como sua parte integrante, a República Turca de Chipre do Norte.

Nicósia, a capital do Chipre, é a única no mundo que se encontra dividida por um muro. Mas nesta ilha existem ainda duas áreas que pertencem ao Reino Unido, a Acrotíri e Deceleia, juntas integram um território britânico ultramarino. Constantes invasões e conquistas fizeram a história desta ilha ao longo dos séculos. Fenícios, egípcios, assírios, persas, gregos e romanos foram ocupando a região e formando as bases da cultura cipriota. Durante alguns séculos esta ilha foi um reino cristão independente, formado por cruzados, durou de 1191 até 1498, ano em que a Rainha Catarina Cornaro foi forçada a vender a ilha à República de Veneza. Esta dominou o país até 1570, passando depois a integrar o Império Otomano, após as invasões turcas. A 12 de Julho de 1878, a administração britânica começou a governar a ilha, após decisão no Congresso de Berlim. Com a Primeira Grande Guerra (1914) torna-se oficialmente uma colónia britânica. Em 1930, as primeiras revoltas a favor da enosis (união de Chipre com a Grécia) surgem e começam a questionar o domínio inglês. Com o final da II Guerra Mundial, a pressão para o fim da governação britânica aumenta e começam a ser praticados atentados, os anos que se seguiram foram complicados. Mas em 1960, após a assinatura de um tratado que declarou a independência, o Reino Unido, a Grécia e o Chipre chegaram ao acordo e a ilha consegue livrar-se da autoridade inglesa, mas não na totalidade: as bases de Acrotíri e Deceleia permaneceram como território britânico.

A 15 de julho de 1974 um golpe pró-helénico derrubou o governo legítimo, a Turquia, aproveitou e com a desculpa da defesa dos interesses dos turcos-cipriotas invadiu a zona norte, controlando-a militarmente desde esse dia. Apesar da condenação do Conselho de Segurança da ONU e da ordenação de retirada imediata das tropas turcas, a ocupação continuou e a área foi denominada como República Turca de Chipre do Norte, reconhecida pela própria Turquia e pela Organização da Conferência Islâmica.

No ano de 2004, a República de Chipre adere à União Europeia e torna-se um membro de pleno direito. Adopta o Euro a 1 de janeiro de 2008 e a chegada da crise económica, no mesmo ano, afetou esta ilha, a sua periferia, a sua taxa de desemprego e a vulnerável situação económica, travou o avanço do país. Atualmente recupera o crescimento muito lentamente, uma reunificação da ilha seria uma grande ajuda na sua economia e tornaria o país mais forte. Mas não se vislumbram grandes alterações nesse sentido, apesar dos esforços da ONU e da UE.

Diversas personalidades nasceram nesta ilha do Mediterrâneo e através dos seus inúmeros feitos levam o nome da sua terra bem alto, alguns exemplos: Aphrodite (figura mitológica – deusa do amor); Altheides (filósofo); Kıbrıslı Mehmed Kamil Paşa (Grão-vizir do Império Otomano); Kyriakos Charalambides (poeta, galardoado com vários prémios); Georgios Hadjikyriakou (professor, naturalista e geólogo); Shaij Nazim al-Qubrusi (escritor); Hüseyin Cakmak (escritor e cartoonista); Melinda McGraw (actriz); Feri Cansel (actriz erótica); Georgina Leonidas (actriz, participou nos filmes Harry Potter); Nicolas Economou (compositor); Ruzen Atakan (pintor); Okan Ersen (guitarrista); Benon Sevan (ex-líder do programa das Nações Unidas Petróleo por Alimentos); Anna Vissi (cantora e atriz, participante na Eurovisão); Pavlos Kontides (primeiro medalhado olímpico); Elena Mousikou (arqueira); entre muitos outros.

PERCURSO NA EUROVISÃO

O Chipre deu os primeiros passos eurovisivos em 1981, na cidade de Dublin e a sua canção “Monika” alcançou um bom 6º lugar. No ano a seguir, Anna Vissi levou as cores cipriotas até Harrogate e “Mono i Agapi” alcançou um excelente 5º lugar, uma das melhores classificações alcançadas pela ilha até hoje. Em 1986, Elpida e a sua “Tora Zo” ficou em último lugar, feito que este país ainda não repetiu.

Sem muita sorte nas classificações finais, as suas apostas normalmente ficam-se entre o 11º e 20º lugar da tabela. Mas por mais duas ocasiões as suas entradas alcançaram o 5º lugar, em 1997, Hara & Andreas Constantinou e “Mana Mou” e em 2004 a singela Lisa Andreas e a sua “Stronger Every Minute”, voltaram a brilhar e a colocar o seu país num Top 5.

Desde a introdução de semifinais, apenas chegou à final por 4 vezes (2004, 2005, 2010 e 2012). Ausentou-se do concurso em 1988, 2001 e em 2014. Regressa agora em 2015 para tentar superar os seus 5º lugares. Apesar de andar sempre longe da vitória, conseguiu vencer um prémio eurovisivo, a participação de 2004 arrecadou o Composer Award, ao ser eleita a melhor composição a concurso nesse ano.

Para o seu regresso ao grande palco eurovisivo, a CyBC (televisão nacional) decidiu apostar em grande, pelo menos no formato, que durou algumas semanas. O Eurovision Song Project 2015 ocupou bastante tempo de antena estatal cipriota e terminou com uma final onde 6 artistas lutaram pela vitória e por representarem o seu país em Viena, em maio.

Em caso de uma vitória o país não tem uma arena com a capacidade mínima necessária para receber o ESC, apesar de já ter recebido o JESC 2008, em Limassol, na Spyros Kyprianou Athletic Center, mas esta não vai muito além dos 6.300 espectadores.

... E EM 2015?

Quem eram os grandes finalistas do Eurovision Song Project 2015?

Charis Savva & Nearchos Evaggelou – Um duo já conhecido do público. Nearchos tem 21 anos e já lançou um Cd single com algum sucesso e a Charis representou o Chipre no JESC 2008, terminando em 10º. A canção “Dila Den Agapo”, a única cantada em grego e francês. A canção é a cara da Eurovisão, a apresentação esteve ao nível do esperado, o francês da Charis não era muito perceptível e terminou a noite em último, não esperava isso da ilha…


Giannis Karagiannis – Vem de Limassol e venceu já inúmeros concursos locais de música. Conseguiu ser um dos finalistas para tentar representar a sua ilha e “One Thing I Should Have Done” com os 10 pontos do júri e os 10 do público venceu e vai a Viena. Simplicidade e tal …este ano a fórmula é esta…next!


Hovig – Nasceu em 1989, em Nicósia e teve o primeiro contacto com a música aos 6 anos, quando começou a ter aulas de guitarra. Participou no X Factor Greece 2009, terminando em 7º e tentou já ir ao ESC em 2010, ficando em 3º na Final Nacional cipriota. A sua proposta “Stone In A River” afundou-se que nem uma pedra, também não me disse nada.


Minus One – A única banda na Final e que interpreta tudo desde Rock até Heavy Metal. É bastante conhecida do público, uma vez que fazem inúmeros espectáculos por toda a ilha. Levar “ Shine” ao palco do ESC seria uma opção bem diferente do que esta ilha tem levado, mas os cipriotas ainda não estão preparados para mudar. Era a minha finalista preferida, bravo aos 12 do júri.


Doody – Tem 21 anos, vem de Limassol e é o irmão mais novo do Konstantinos Christoforou, que representou o país por 3 vezes (1996, 2002 e 2006), que é o compositor do tema “Magic”. Anna Vissi mostrou-lhe o seu total apoio para se sagrar vencedor, mas ainda tem muito pela frente e o tema também não ajudou nada.


Panagiotis Koufogiannis – Participante no The Voice of Greece, tem 27 anos, é de Nicósia e é professor de música. A sua canção de amor “Without Your Love” é a cara do Chipre, sempre pensei que seria esta, ou o duo a vencer, mas parabéns pelo 2ºlugar.


Mas nesta bela ilha não faltam excelentes cantores que seriam excelentes opções para levarem as cores cipriotas ao ESC num futuro próximo, aqui ficam algumas sugestões:

Yiorgos Papadopoulos – Nasceu em Nicósia, em 1983, é um jovem cantor Pop e iniciou a sua carreira em 2003 e já lançou 6 álbuns, todos com grande sucesso no seu país e na Grécia, alguns entraram nos Tops locais. Seria uma boa opção para o ESC.


Michalis Hatzigiannis – Compositor e cantor, nascido em 1979, na cidade de Nicósia. Começou a sua carreira musical aos 16 e logo os seus primeiros trabalhos chegaram a discos de platina, editou 18 discos, todos com grande sucesso. Vencedor de inúmeros prémios na área da música é um dos maiores cantores da língua grega. Pisou já o palco eurovisivo ao representar o seu país em Birmingham (1998), alcançando o 11ºlugar. Um regresso ao ESC seria interessante.


Stavros Michalakakos – É um cantor Pop, nascido em Limassol, em 1987. Foi o vencedor da 2ª edição do X-Factor, versão grega. Ainda a construir a sua carreira poderia dar um salto ao representar o seu país.


Stella Kalli – Cantora nascida em Atenas, mas com grandes ligações ao Chipre (os seus pais cipriotas e morou nesta ilha durante alguns anos). O seu Pop grego não é indiferente e apesar de ter iniciado a sua carreira musical apenas em 2010, já tem um sucesso considerado. Uma combinação perfeita, voz, beleza e sensualidade.


Vera Boufi – Jovem cantora Pop, sobrinha da famosa Anna Vissi qual a qual já actuou inúmeras vezes, lançou algumas canções, com relativo sucesso. A Eurovisão poderia ser um grande passo na sua carreira.


Valanto Trifonos – Cantora de Pop e de Dance, nascida em 1988, em Nicósia. A sua apresentação ao público foi na Final Nacional cipriota de 2006 - “A Song For Europe”, classificando-se em 4ºlugar. Em 2011, tentou representar a Grécia, apesar de ser uma das 6 finalistas não venceu. Foi a vencedora do “Greek Idol”- season 1. Paralelamente vai tendo bastante sucesso com as suas canções e espectáculos. Uma nova oportunidade de representar o seu país dever-lhe-ia ser dada.


Elizabeth Simonian – Compositora e cantora que vive em Roterdão desde 2003. Em 2009 lançou o seu primeiro trabalho e continua aperfeiçoar-se na área da música. A sua bela voz e as suas propostas diferentes poderiam ser muito bem aceites pelo público europeu e ter uma excelente classificação no ESC.


Stella Stylianou – Professora de música do ensino básico e cantora, tentou já representar o seu país em 2011 e também participou na selecção deste ano sendo eliminada na 4ª audição. No futuro deveria voltar a tentar, quem sabe se à terceira não é de vez.




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Fonte e Imagem: ESCPortugal; Vídeos: YOUTUBE

2 comentários:

  1. O Chipre tinha propostas melhores

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  2. mais uma vez parabens Paulo Morais continua tens grandes capacidades gosto de acompanhar a historia de cada País

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