Olhares sobre o FC2015: Um Fado em Viena (Teresa Radamanto)

Tema: Um Fado em Viena

Intérprete: Teresa Radamanto

Compositor: Fernando Abrantes

Letra: Jorge Mangorrinha

Eurico Alves: Esta canção resultou ao vivo mas em casa perdeu metade da sua força. Tanto falam que uma banda ao vivo traz qualidade ao FC mas este ano não fez outra coisa senão prejudicar os concorrentes. Enquanto que no estúdio 2 da RTP estavam presentes 100 pessoas, em casa estavam milhares a assistir e aquilo que se vê em casa é o que verdadeiramente conta. Um exemplo muito prático é o ‘Quero Ser Tua’ e a suavidade com que foi tocada uma música tão marcada em playback; entendo então que o mesmo esteja a acontecer com outras canções, nomeadamente com a da Teresa Radamanto. Esta canção precisa de ser reformulada, tem potencial mas precisa de um instrumental mais marcado e memorável. Ponto fraco: A LETRA. Por favor mudem a letra desta canção caso vença, mas quando digo para mudarem não é aqui e ali, é mesmo tudo! É uma candidata à vitória neste ano tão musicalmente penoso, mas comparando aquilo que são agora e aquilo que poderão ser no futuro, considero que ‘Outra Vez Primavera’ ganha nas 2 categorias.

6 pontos                                            

Fabiana Silva: Aquele violão português no início já deu uma ideia da preciosidade que viria por aí. Tereza estava simplesmente perfeita e defendeu sua proposta com tanta garra.  Chegando á final, travará uma imensa batalha com Yola. A única coisa que não gostei foi o corte do refrão para a segunda parte de versos - foi um pouco brusco. Contudo, o final da apresentação foi tão poderoso que me arrancou algumas lágrimas! Com uma boa escolha de figurinos, camaras e iluminação, levaria Portugal à final do Eurovisão. 

12 pontos

Fernanda Ribeiro: A bonita voz de Teresa Radamanto deu corpo a uma letra “cliché”. Se é verdade que o fado pode ser cantado em Viena, o bacalhau da Noruega também pode ser consumido em Portugal e a valsa de Viena dançada no Porto. Um fado é fado, não é preciso tanto cliché à volta do mesmo. Quer-se solto, melodioso e imponente, num palco em qualquer parte do mundo. Só tem que ser bom! Não é o caso!

7 pontos

João Diogo: A Teresa está de volta ao Festival com mais um bom tema. É “mais fado” que a música da Yola e é isso que torna a canção interessante. O início é impactante e deixou-me a pensar que vinha aí uma boa música mas entretanto torna-se um bocado repetitiva. A performance da Teresa Radamanto é boa, não compromete nesse aspeto, precisando apenas de melhorar num ou outro momento. É um estilo único e inconfundível o que poderá ser positivo no ESC. O que menos me agrada é mesmo a letra.

7 pontos

Luke Fisher: Outra canção com alma fadista. Vejo um problema aqui: este tema e o interpretado por Yola Dinis, estando na mesma final, os seus fãs podem ser os mesmos, dispersando os votos. Se eu tivesse que escolher entre uma e outra, optaria pelo tema de Yola Dinis.

8 Pontos

Nelson Costa: Teresa Radamanto voltou, pela terceira vez, ao Festival. Gostei de a ver depois de alguns anos de ausência opcional deste mundo das cantigas. O tema tem um excelente instrumental (não obstante merecer um trabalho mais profundo nos arranjos) e a intérprete soube agarrá-lo do princípio ao fim – penso, todavia, que consegue fazer ainda melhor na final do FC2015. Se falarmos do tema da letra e da base deste trabalho, confesso que não fui fã; a letra acaba por ser “cliché”… entendo a mensagem mas, convenhamos, é totalmente inusitada e despropositada se nos colocarmos aos olhos dos europeus. Aqui se demonstra que a RTP, como estação pública que é, deveria ter um programa de “caça-talentos” da escrita de canções originais, para que os novos autores não tenham apenas no Festival da Canção uma possível rampa de lançamento.

5 pontos

Nuno Carrilho: Quando se gosta e odeia é muito complicado escrever sobre um tema… Vamos ao lado bom: o instrumental é fantástico e bastante cativante, e a Teresa, apesar de não ter estado perfeita, esteve bastante bem! Recordando as anteriores participações, esta talvez seja a melhor candidatura. Mas se ‘Ai de Quem Nunca Cantou’ tinha uma letra fortíssima, ‘Um fado em Viena’ tem um poema que nem sei descrever… Tenho pena, muita pena mesmo! Poderá surpreender na votação…

8 pontos

Patrícia Gargaté: Ouvi o início e só me fez lembrar a "Sei quem sou" da Vânia Oliveira. Aquele patriotismo que deixa algumas dúvidas, mas que marca sempre presença em todos os festivais. Salva-se o refrão, que é orelhudo. A Teresa não desilude, é uma boa cantora, pede-se alguma inovação em termos de performance, coisas diferentes e vistosas são bem vindas. Há que sermos expressivos quando ninguém nos entende (caso dos europeus que não falam a nossa língua).

7 pontos

Paulo Morais: Ninguém tem dúvidas do poder da voz da Teresa e da forma como namora as câmaras, mas não gostei da letra da canção, parecia forçada e não me cativou, já nem falo do título! Ocupa o 3º lugar do meu Top 6.

6 pontos

Sânio Silva: Uma lindíssima voz! A canção é um pouco comum demais, e a letra não desperta nenhum sentimento. O arranjo é o ponto mais forte da composição. A melodia tem um certo encanto, e Teresa consegue apresentar o tema com muito brilhantismo. Na verdade, não teria qualquer chance de chegar a final se fosse apresentada por um outro interprete. Parabéns para a Teresa, que provavelmente foi a melhor voz da noite, mas essa música não faz jus ao seu talento.

5 pontos 

Total: 71 pontos

Nota: Os comentários de Fabiana Silva e Sânio Silva estão escritos em português do Brasil dada a origem dos autores. 

Os comentários de Luke Fisher foram traduzidos do inglês.