Olhares sobre o FC2017: Nova Glória (Viva La Diva)


Tema: Nova Glória
Intérprete: Viva La Diva
Compositor: Nuno Gonçalves
Letra: Nuno Gonçalves



Aaron Garcia-Alvarez: Grande Nuno Gonçalves. Conseguiu acordar o público mesmo ao fim da noite, e com um início de canção mesmo à “The Gift”. Gostei sim, muita “alma” nas três vozes que fazem parte de Viva La Diva. Contudo, a canção foi perdendo força ao longo dos 3 minutos, sem perder a sua autenticidade. Muito original e com ritmo talvez poderia surpreender, mas, e sempre tenho um mas, o género “operistico” no festival ainda não encontrou o seu melhor. 12 pontos

Eurico Alves: Dado o histórico, se não soubesse quem era o compositor diria que teria sido o Feist, mas não, foi o Nuno Gonçalves que nos presenteou com uma composição ao estilo de Clássico, que compôs para os The Gift. A Kika esteve irrepreensível, bem Diva, e os restantes elementos do grupo souberam dar-lhe esse ênfase, tanto na postura como na voz. Excelente composição, muito interessante de analisar para quem anda no mundo da música e vive rodeado do ambiente de uma orquestra: olha ali entrou a trompete, as cordas fizeram isto, olha esta cadência, etc… Isto é tudo muito bem expresso, a mensagem é assim passada com uma naturalidade que a valoriza em muito. Parece-me ser a favorita e merece sê-lo. Não é é nada de novo, que nunca se tenha ouvido antes, mas às vezes é melhor jogar pelo seguro e conseguir surpreender com algo que já se ouviu tantas vezes é obra. Caso ganhe espero ouvi-la em inglês e que a parte lírica tenha uma menor duração, para que o refrão final possa ser reformulado e ligeiramente estendido, mantendo aquela garra. Uma vez que há já um referencial relativamente ao ESC, comparando-a com a favorita canção italiana (sendo que são duas canções incomparáveis no que toca aos estilos) atribuo: 8 pontos

Fabiana Silva: Temos aqui uma tentativa de Il Volo que deu errado. Nova Glória pode ser impactante de primeiro momento, mas há alguns pontos que me incomodam bastante, a começar pela harmonia das três vozes. Tive a impressão que alguma delas não estava se encaixando bem, parecia um pouco acima do tom. O final foi caótico, com os três praticamente 'gritando' para chamar a atenção. Nem preciso dizer que o figurino tem que ser trocado com urgência. Enfim, não sei se vou me acostumar com o trio representando Portugal, espero que eles façam vários ajustes no conjunto, para que ele se torne mais competitivo e menos exagerado e datado. PS: Kika, caso você não ganhe, volte com uma canção no melhor estilo Adele! 2 pontos

João Diogo: Os meus preferidos da noite. Nem tudo correu bem: as harmonias não foram perfeitas, houve algumas falhas vocais, o posicionamento em palco podia ter sido muito melhor. Mas, no geral, é uma boa candidata. Destaca-se de tudo o resto e destaca-se de tudo o que Portugal já enviou. E, se calhar, destacar-se-à de tudo o que for à Eurovisão este ano. Com alguns (muitos) ensaios penso que pode melhorar substancialmente e, no dia 5, agarrar o passaporte para Kiev. O público reconheceu-lhe o potencial e a qualidade. 10 pontos

Luís Florindo: Nuno Gonçalves é um criador de êxitos nos The Gift, banda inovadora e arrojada. Infelizmente esta é a prova que os compositores portugueses perdem o norte quando se trata da Eurovisão. Não é um futuro sucesso dos The Gift, não é um Rise Like a Phoenix, não é pop ópera. Esta canção é uma mixórdia, a materialização errada do que o autor pensa ser a Eurovisão. A ideia errónea que ao pôr os agudos lá em cima é assim que uma canção sobressai. 6 pontos

Nelson Costa: O início da canção é verdadeiramente arrebatador! A canção épica que eu estava à espera de Nuno Gonçalves, que tardou em participar no Festival da Canção. Mas que bom termos oportunidade de ouvir esta canção tão bem escrita e musicada pelo homem dos The Gift! Eu sou fã de canções arrepiantes, e esta teve esse efeito. Os refrões são fortes, contudo, Kika Cardoso estava um pouco nervosa e a interligação com ambos os contratenores nem sempre esteve na perfeição. Destaco, pela positiva, o vocalise protagonizado por Luís e João Peças. Para a final de 5 de março, ouso sugerir mais ensaios para tornar todo o conjunto mais harmonioso e clean. Sobre o guarda-roupa, o par masculino estava impecável, mas o corte do vestido de Kika Cardoso não a favorece. 10 pontos 

Nuno Carrilho: Depois de praticamente todos os candidatos em que tinha esperanças me terem desiludido, os Viva La Diva mantiveram-se na fasquia que esperava. Um tema épico, com uma interpretação bem conseguida (apesar de haver muito a reparar...), uma letra bem estruturada e, novamente, um instrumental soberbo que consegue respirar. Este último ponto é claramente o maior sinal de que a qualidade no Festival deste ano está em padrões há muito não vistos... Há muito a melhorar, mas nada que faça com que deixe de ser o meu tema favorito da primeira semifinal... 12 pontos

Patrícia Gargaté: Este tema é sem dúvida a cara dos The Gift! Quanto à prestação dos Viva La Diva, tanto em presença no palco como na conjugação das vozes, soa um pouco confuso, os intérpretes parecem perdidos o que acaba por prejudicar a prestação. O instrumental é belíssimo mas penso que só a Kika dava conta do recado, tornava a música mais "clean" e era capaz de atingir um público ainda maior! Para mim esta música levava uma reestruturação daquelas! É uma potencial vencedora do Festival da Canção e conseguiu destacar-se sem sombra de dúvidas. Na minha opinião não seria a minha primeira escolha para representar Portugal, mas se assim for não vamos mal, com o devido trabalho que tem que ser feito. 8 pontos

Pedro Coelho: De todas as canções apresentadas, é aquela cujo propósito eurovisivo é mais notório. Kika Cardoso apresentou a voz mais interessante da noite e a presença mais magnética em palco. A composição é de Nuno Gonçalves e as semelhanças com o som de projetos como os The Gift e Amália Hoje são bastante notórias. Houve problemas nas harmonias finais, cujo propósito épico e arrepiante acaba por sair frustrado. Há demasiado barulho com a entrada da segunda metade da música, embora de todas as concorrentes desta primeira noite seja aquela que é mais memorável. Outra que precisa de melhorar para chegar em boas condições à final. 6 pontos

Raquel Costa: Nuno Gonçalves fez o trabalho de casa e foi ver com atenção o Festival da Eurovisão (já o mesmo não se pode dizer dos outros compositores convidados pela RTP). O que é que pode resultar na Eurovisão? Excentricidade qb, vozes potentes, uma execução (quase) sem falhas, agudos, harmonias bem executadas. Esta será, com 80% de certezas, a música que nos vai representar em Kiev. É preciso, desde já, pensar em adaptar o refrão para inglês, trabalhar a mise en scène e, sobretudo, não fazer asneira naquele final. Os três serão, com certeza, presença muito desejada nas festas pré-festival. 10 pontos

Rui Lavrador: O melhor tema da noite é da autoria, letra e música, de Nuno Gonçalves (The Gift) e interpretado pelos Viva La Diva (Kika Cardoso, Luis Peças e João Paulo Ferreira). Um tema em que se percebe a intenção de transmitir ideia de epopeia, de algo apoteótico e feito para a voz de Kika Cardoso brilhar, suportada por um instrumental de grande qualidade e dois contratenores maravilhosos. 12 pontos

Rui Ramos: Fechamos a semifinal com um dos sérios candidatos à vitória no Festival da Canção e consequente representação no festival europeu. Viva La Diva, grupo composto para esse propósito, é detentor de três excelentes vozes que enchem o palco e que não querem deixar para mãos alheias o seu triunfo. Nova Glória contém um bom instrumental, uma letra que não enche, mas que não descompromete a música, e um final que, se estiver a 100%, deixa o público deslumbrado. Será o necessário para alcançar a vitória? O público português disse que sim e este grupo espera repetir a proeza dia 5 de março. 10 pontos


Total: 106 pontos
Nota: Os comentários de Fabiana Silva estão escritos em português do Brasil dada a origem dos autores.

4 comentários:

  1. A minha irmã, que vai vendo os festivais, mas não é eurofã nem nada que se pareça destacou-me de imediato o que esta canção tem de mais positivo:

    Estava a trabalhar e a ouvir as canções na TV e foi esta canção que a fez erguer a cabeça e olhar.

    É uma canção que não deixa ninguém indiferente. Num festival de muitas canções e de recaps grandes esta canção fica na memória, e isso é otimo.

    Para já, Salvador ou Viva la Vida, qualquer um à sua maneira serão otimos representantes.

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  2. pena que todos os comentadores ignoraram um dos momentos mais bonitos da música, que poderia ser marcante na Eurovisão, com possibilidades de ainda ser melhor explorado: Aquele que acontece quase no final, no minuto 2:48.

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  3. Concordo com a maior parte dos comentários mas não entendo como é que a RTP permite que esta canção tenha quase 3.30 minutos, ganhando vantagem sobre as outras canções e estando claramente fora das regras.

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