Olhares sobre o FC2017: Don't Walk Away (Pedro Gonçalves)


Tema: Don't Walk Away
Intérprete: Pedro Gonçalves
Compositor: João Pedro Coimbra
Letra: João Pedro Coimbra



Aaron Garcia-Alvarez: Como acontece com o David, o Pedro tem uma música com um som diferente para Portugal na Eurovisão, pelo menos dos últimos anos. Consegue aumentar o ritmo pouco a pouco e talvez o seu ponto negativo sejam os movimentos repetitivos e uma forma de vestir muito peculiar, mas que faz parte do artista. Uma melhor coreografia iria fazer desta canção uma mistura perfeita para levar a Kiev, sem dúvida. 10 pontos 

Eurico Alves: Gostos são gostos e, mesmo reconhecendo que dentro do género estamos perante uma boa canção, pessoalmente não gosto disto, nada a fazer. O início prometia algo que não vi concretizado, mas percebo que no meio de tanta sonolência esta canção tenha dado nas vistas e assim ganho o televoto. Lá fora não iria longe! Todos os anos há canções deste género e esta no meio delas seria só mais uma. Por outro lado, tenho a sensação que esta proposta se possa tornar numa espécie de Leonor Andrade e de repente se crie um histerismo hormonal/anti-canção favorita (Nova Glória) e pseudo-‘ai que ele é tão jovem e exprime bué os meus sentimentos’ e de repente volte e limpar o televoto na final. Cantar em inglês é um ponto positivo mas gostaria que entrasse mais numa onda A Friend in London e não tanto Finlândia 2014. Viva la Diva, cuidado! O FC tem sempre resultados surpreendentes… normalmente a meio da votação o estado de espírito é ‘já que não ganha a melhor pelo menos que não ganhe a pior’. Esperemos que este ano não siga essa tendência. Ainda assim, não gostando do género, reconheço que Don’t Walk Away não é de todo a pior da final. 4 pontos

Fabiana Silva: Teoricamente, é uma proposta que poderia levar Portugal de volta à final, mostrando uma cara mais moderna e internacional do país. Contudo, isso fica apenas na teoria, pois a performance de Pedro teve uma série de deslizes, a começar por sua pronúncia do inglês, que deixou a desejar. O vocal também não teve tanta segurança como já vimos em algumas performances do The Voice. Os falsetes são totalmente dispensáveis! Sobre a canção, ela precisa de alguns ajustes, pois há pouca diferença entre os versos e o refrão, tornando o conjunto um tanto enjoativo. 4 pontos

João Diogo: Don't Walk Away é o tema que todos estávamos à espera. Finalmente uma música moderna, com traços arrojados, no Festival da Canção. Não me surpreende que tenha vencido o televoto, tal como não me surpreende a votação patética do júri. Precisa de alguns ajustes. Os bailarinos estavam completamente descoordenados, diria até perdidos, e não acrescentam nada. Seria melhor pôr uma banda atrás do Pedro e ensinar-lhe uma coreografia simples, pois o foco deve estar por completo nele. Teve alguns deslizes a nível vocal mas nada que não se corrija com muitos ensaios. Infelizmente não estou à espera que vença no dia 5 por causa do júri. As votações prometem, mas não pela positiva. 10 pontos

Luís Florindo: Finalmente uma canção com rasgos de atualidade e com bons ingredientes para a Eurovisão. É parecido com o que se faz lá fora? É. Que mal é que isso tem? Nenhum. Mas claro que, conhecendo o perfil deste júri, este deu a esta canção a segunda pontuação mais baixa da noite, enquanto o televoto deu-lhe a pontuação mais elevada, provando-se, assim, a desconexão do júri com a realidade que é o Festival da Eurovisão. Não quero com isto dizer que a canção é ideal, a performance tem de ser limada e a presença de Pedro transpira falta de experiência em pisar palcos. 6 pontos

Nelson Costa:  João Pedro Coimbra pensou mais além e foi, digamos assim, o embaixador da música pop, eletrónica que está tão em voga em Portugal. Não teve medo de arriscar, ao contrário, infelizmente, da maioria dos compositores deste festival, que preferiram jogar pelo seguro. Felizmente, tivemos Don't Walk Away no Festival da Canção, uma lufada de ar fresco no meio de tantas canções com apelo muito local e pouco internacional. O voto do público vs o voto do júri demonstra, se dúvidas havia, que o objetivo principal do Festival da Canção para os portugueses é selecionar a canção representante de Portugal na Eurovisão. Pontos a melhorar: a coreografia dos dois bailarinos, a interação com o intérprete e o look do Pedro Gonçalves. O intérprete precisa de melhorar também a pronúncia em inglês de algumas palavras. 10 pontos

Nuno Carrilho: Se há compositor que merece ser louvado é João Pedro Coimbra: num concurso em que a maioria "procurou fazer boas músicas", o compositor de Don't Walk Away procurou fazer uma boa proposta para o Festival Eurovisão. Arrojada, irreverente e diferente do habitual no nosso "saudoso" festival, a candidatura está pronta para Kiev... mas precisa de uns arranjos para que se possa destacar no concurso. Contudo, há que esperar que o júri permita esse voo... e que os bailarinos estejam num melhor dia. 10 pontos

Patrícia Gargaté: Que é a mais inovadora da semifinal é, mas não consigo passar ao lado de alguns problemas vocais e da falta de força que a interpretação tem. A presença do Pedro é muito positiva e gosto da imagem dele, contudo, deve mudar alguns aspetos na prestação vocal para tornar o tema mais forte. Os bailarinos podem mudar de coreografia, por favor? 10 pontos

Pedro Coelho: Não é aquele pop infecioso que se faz ouvir, às toneladas, no Melodifestivalen. E é importante fazer esta distinção quando há, por parte de muitos dos fãs, uma tentativa de nos colocar junto do pelotão dos países nórdicos. É uma canção pop com os traços eletrónicos que estão em voga e é, além disso, uma estreia do género no Festival português. Só por isso, merece o nosso agradecimento. A canção de Pedro Gonçalves foi uma lufada de ar fresco num evento em que se joga pelo seguro demasiadas vezes. Tenho dúvidas que o nosso júri, seja regional ou de sala, deixe de ter o conservadorismo a que nos foi habituando ao longo dos anos. Claro que, se o objetivo da RTP for encontrar um grande poema ou uma música sobre as tradições portuguesas – algo que seria extremamente inovador (#sqn) – este é um tema perfeitamente desadequado.  Para mim, foi uma ótima aposta do João Pedro Coimbra, para abrir novos caminhos no FC e trazer novos públicos até ele. 10 pontos

Raquel Costa: João Pedro Coimbra disse, no final da gala, que tinha andado a ver o Festival da Eurovisão dos últimos anos e, de facto, notou-se. Um produto comercial, bem construído, com um intérprete jovem, com ótima imagem. Pedro Gonçalves tem de controlar os nervos para melhorar a afinação...e talvez seja melhor pensar num visual menos à lá Justin Bieber para Kiev. 10 pontos

Rui Lavrador: Don´t Walk Away foi escrito e composto por João Pedro Coimbra e interpretado por Pedro Gonçalves. Um tema com bastante potencial para o Eurovisão, embora o intérprete tenha apenas estado correto e sem grande brilhantismo. Os bailarinos que o acompanharam deverão rever a coreografia pois houve falhas no palco do Festival da Canção. 4 pontos

Rui Ramos: Deja vu Polónia 2016: o júri não pontua, o público dá-lhe o máximo. E assim Pedro Gonçalves torna-se o sucesso da segunda semifinal. Este sucesso não fará com que ele represente Portugal na Eurovisão, mas ajuda a abrir horizontes para próximos festivais da canção. E pedem-se mais convites a João Pedro Coimbra. Ele percebe que o objetivo do Festival da Canção é escolher o representante para o concurso europeu.  A gosto pessoal alterava o intérprete. Don't Walk Away marcará presença no Coliseu como a única música em inglês, espero que o Pedro esteja mais tranquilo e que dê o seu melhor. Estará a lutar, muito por culpa do júri, pelo 3º lugar. 8 pontos


Total: 96 pontos
Nota: Os comentários de Fabiana Silva estão escritos em português do Brasil dada a origem dos autores.

1 comentário:

  1. O casal de bailarinos não está ali a fazer nada.O Pedro por si só, com a sua voz bonita de adolescente,a sua movimentação em palco e enfim, a sua presença agradável é suficiente para prender uma plateia.Não votei nele mas apreciei a sua generosa atuação e fico a torcer para que continue a tentar porque poderá ter mais sorte da próxima vez com uma canção ainda mais forte do que esta.

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