[Olhares sobre o FC2019] Conan Osíris - Telemóveis



Intérprete(s): Conan Osíris
Tema: Telemóveis 



André Moreira - "Vai na volta e quem morre sou eu!" - foi isso que senti quando o tema foi interpretado numa versão completamente alheia ao estúdio. Ainda que complexa, visual e artisticamente apelativa, a performance foi dissonante. Conan Osíris poderá "matar-se a ele próprio" se seguir um rumo de improviso e divagação na sua atuação. É peculiarmente interessante que eu tenha temido bastante a capacidade vocal do Conan para defender este tema e a forma como conseguiriam enquadrar o bailarino e na volta, tudo isso resultou bem e foi criado um "problema" que eu não tinha imaginado vir a ser criado. Espero algo mais consistente na final para fazer valer, quiçá, mais um voto da minha parte. Se dependesse da prestação ao vivo não daria mais que um 6, mas contextualizando a todo o caminho desta canção dou um pouco mais. 

10 pontos

Fábio Ventura - Conan, se por algum motivo estiveres a ler isto, WELL DONE! Ridicularizado por muitos, Conan apresenta-nos uma canção e uma performance absolutamente geniais! A interpretação que faço da letra, riquíssima em metáforas, é a da perda de alguém querido e/ou o fim de algo que foi muito - experimentem alterar a palavra “telemóvel” para “coração”. Começa a fazer sentido, não começa? Conan tenta ligar para o céu, isto é, tenta chegar a alguém que perdeu, que tanto o pode destruir ou destruir o outro – nem ele sabe “quem mata quem”. Sabe que existe a possibilidade de destruir-se a si mesmo na eventualidade da “vida ligar ou mandar mensagem”. Sabe também a responsabilidade que teve (“quem mandou a flecha fui eu”), o que culmina no colapso final, em que o dançarino, simbolizando a vida que corre dentro de nós, cai propositadamente no chão. Ainda que ache que as duas back vocals não estiveram bem, a presença delas fortaleceu a simbologia que se tentou recriar: são os pulmões do cantor! Ainda que a melodia tenha sido modificada (don’t do you it again, Conan!), tenho a certeza que as prestações nas Finais (sim, no plural, a do Festival da Canção e a da Eurovisão!) serão formidáveis e incrivelmente únicas, o que deverá sobressair à incompetência do próprio júri. Usa uma escada a sério e o palco é teu! Bravo!

12 pontos

Hugo Sepúlveda - E eis que chega o momento que mais aguardava: Telemóveis. Tinha alguns receios e só esperava não ficar desiludido. Vi, revi, vi mais umas vezes e ainda continuo a ver. Tal e qual a música, a atuação de “Telemóveis” entranhou-se num ápice. Sim, Conan cantou numa melodia diferente. Sim, o coro devia estar escondido. Sim, foi tudo simplesmente magnífico. Para alguém que se está tanto a marimbar ou com atitude de tal, a atuação foi muito pensada. “There’s more than meets the eye”, tal como a música em si. O mistério, o não ter certeza, os significados e a falta deles, a ambiguidade, a complexidade... Tudo é fascinante. Uma atuação como poucas ou nenhumas que passaram pelo Festival. Claro que as opiniões negativas não tardaram, mas não é algo que todos vemos nestas lides portuguesas? Aliás, o Festival não presta, mas quando ganhámos a Eurovisão foi o que foi (bem como quem a ganhou). Ao contrário do júri das Semi-finais, espero que o Regional lhe atribua o devido valor, sem medos. Nem tudo tem de ser à disney para ser bom ou ter um final feliz.

12 pontos

João Diogo - "Telemóveis" é a única canção do Festival da Canção 2019 que nos pode fazer sonhar com um bom lugar na final da Eurovisão 2019. Destaca-se e, melhor do que tudo, destaca-se pela positiva. Conan decidiu arriscar e misturar vários estilos na mesma canção, como é seu costume, e esta mistura resultou muitíssimo bem. Prende-nos do início ao fim e deixa-nos pasmados com o que estamos a ouvir. E não há melhor do que isso para a Eurovisão. A apresentação em palco precisa de ser polida mas o conceito está lá. 

12 pontos

Nuno Carrilho - Falar de Conan Osíris e de «Telemóveis» não é tarefa fácil... muito pelo contrário. Apesar de não ter ficado fã imediato do tema, a canção foi aquela que mais vezes me ficou na cabeça, sendo uma das que tinha maiores expectativas. No entanto, a atuação de Conan Osíris provocou-me «mixed fellings»: a "nova versão" apresentada não me convenceu e a atuação também ficou aquém do que esperava. Porém, independentemente de ser ou não a minha favorita (admito mesmo que não o é), tenho plena consciência que é a candidatura com maior potencial de um grande resultado em Telavive.

8 pontos

Patrícia Gargaté - Honestamente não fiquei incomodada com as mudanças que o Conan fez na performance ao vivo, ainda que prefira a versão de estúdio. Deste o inicio ao fim foi uma performance desconcertante à qual ninguém conseguiu ficar indiferente. Ao contrário de alguns entusiastas prefiro não fazer previsões caso seja esta a canção que nos represente no ESC, mas que temos aqui algo único... ai isso temos! O maravilhoso do fenómeno Conan Osíris / Telemóveis não é a letra, não é o João (Bailarino), não é o vestuário, não é a voz, é um conjunto, o todo é que é brilhante. Não posso terminar sem dizer que este é provavelmente um dos fins de atuação mais bonitos de sempre no Festival da Canção.

12 pontos

Pedro Fernandes - Com vibes do génio António Variações, chega-nos Conan Osiris com “Telemóveis”, tema dotado de um instrumental rico que nos transporta para outros hemisférios. A imagem do próprio Conan Osiris choca e ainda chocará muita gente, mas não deixará ninguém indiferente. Vai ser incompreendido, mas não tenho dúvidas que irá ser falado e isso é o melhor que qualquer artista pode ambicionar. É um dos meus dois favoritos a vencer a edição deste ano.

12 pontos

Ricardo Matias - Odiado por uns, amado por outros, é uma canção (e um artista) que sem sombra de dúvidas não é indiferente ao público. Pessoalmente, é a minha favorita para ir à Eurovisão, e o Festival da Canção só tem a ganhar se tal situação aconteça, por vencer uma canção alternativa, totalmente diferente do que estamos habituados a ouvir, e mesmo assim com uma qualidade musical, interpretativa e de letra que faz estranhar à primeira audição, e amar à segunda (estilo Salvador Sobral). É inovador, é diferente, é estranho, é interessante, é winning material.

12 pontos



Total: 90 pontos

2 comentários:

  1. Vim aqui só por curiosidade, mais para ficar a saber que tipo de sentimentos foi capaz de provocar nos comentadores mais ou menos residentes, esta coisa a que alguns chamam de música. Nem me atrevo a comentar uma barbaridade destas, porque iria ser tão ruim...Mas eu já tinha percebido que de tão promíscuo que se tornou desde há uns tempos a esta parte o FC estes desastres passariam a ser considerados não apenas acidentais mas simplesmente normais. Qual será a próxima ponte nos horizontes da música nacional portuguesa é uma dúvida que ponho a mim próprio. Desejo, mesmo assim, sorte ao rapazinho porque ele apenas foi convidado, não foi ele que se apresentou armado em pimpão a dizer:"Cá estou eu, ainda queriam melhor?"

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