[Olhares sobre o ESC2019] Israel



Israel
Intérprete(s): Kobi Marimi
Tema: Home



Carlos Carvalho - Israel vai jogar em casa nos antípodas musicais do tema que levou a Eurovisão de Lisboa para Israel. “Home” foi estranhamente recebida com surpresa e desilusão, acusada de ser amplamente datada. O meu veredicto é que Israel é o país que em 2019 se apresenta com o selo da intemporalidade e com a interpretação que mais se aproxima daquilo a que podemos chamar cerimonial. A intensidade impregnada por Kobi Marimi é desmesurada e o sentimento de genuinidade é refinado. O coro que acompanha o intérprete colmata eventuais carências no campo da produção musical e vai deitar a casa abaixo após a atuação. Em linguagem de jogo, “Home” é o verdadeiro dark horse desta edição e uma eventual vitória não me deixaria atónito. A canção da casa prova que  não é necessário inventar novas receitas musicais se as já conhecidas forem confeccionadas com as doses certas de harmonia e sentimento.

12 pontos

Cláudio Guerreiro - Quero tanto, mas tanto que isto não sofra aquele desprezo que os países anfitriões têm recebido, de forma geral, em algumas das últimas edições. É verdade, é algo que já ouvimos muitas vezes, mas ao mesmo tempo a sinceridade do que se ouve, complementada por um timbre tão cheio e com tanta personalidade, faz desta proposta uma das que mais me agrada este ano. Israel confirma-se assim como o país que mais me enche as medidas, de 2013 até agora.

10 pontos

Daniel Fidalgo - “Home” é a canção que o país anfitrião nos apresenta este ano e não podia ser melhor. A canção não é datada, mas sim atemporal. A produção segue os cânones de uma balada clássica, que vai crescendo ao longo da sua duração, sem nunca perder a sobriedade. A letra é bonita, a voz de Kobi é incrível e Israel merecia um lugar nas primeiras dez posições da final. 

12 pontos

Hugo Sepúlveda - Kobi Marimi joga em casa e Home é a canção que defende (obvious pun intended). Num registo mais clássico, não há dúvidas que Kobi impressione facilmente com a sua voz, juntamente com uma música que possui uma boa orquestração. Acredito que ao vivo terá um impacto maior do que a versão estúdio, o que pode salvar Israel de um bottom place. Os primeiros segundos para mim prometiam algo que não o produto final. Parecia que vinha algo mais étnico. Ainda assim, tem um traço épico, que vai crescendo com o decorrer da música. Certo é que o troféu saia de casa.

4 pontos

Luís Custódio - Ótimo começo de música com a voz de Kobi Marimi a entoar um pequeno mas profundo cântico... fica-se logo à espera de uma música mais densa. Mas cedo o ritmo cede lugar a uma balada, ainda que portentosa, algo vista nestes campeonatos musicais. A música ganharia se fosse cantada em Hebraico, mas é uma peça bem feita, em estilo operático, pensada para grandes plateias como a Eurovisão. Dado que este é um ano eminentemente de fortes vozes masculinas, Kobi Marimi soma-se a esse lote com grande à vontade. Tem tudo para ganhar asas nos votos do júri e do público.

8 pontos

Patrícia Gargaté - Primeiro estranhei, depois ainda não entranhei. Confesso que as primeiras vezes que ouvi esta canção não consegui chegar ao fim e o facto dela não dar um impacto à primeira audição pode ser um fator muito negativo. Após algumas audições confesso que começo a sentir algo mas ainda encontro muito vazio no meio desta canção. Espero MUITO que os planos espelhados não sejam usados na atuação ao vivo pois dá um ar "cheap" a um tema que até tem algum potencial para emocionar. 

7 pontos

Paulo Lima - Poderosa balada tradicional, bem produzida, iniciada por estilo gregoriano e com extraordinária componente vocal, abordando alguns laivos gospel. Esta proposta conduz-nos ao mundo da música emotiva sem “firework”. Com forte analogia subliminar patriótica ao conceito de terra prometida (“Home”), pode evidenciar problemática. Mas Israel apresenta-se seguro e aposta bem num tema envolvente, que prende toda a nossa atenção, através de um maravilhoso crescendo. O carisma de Kobi pode dar a vitória consecutiva ao seu país, como o fez “Hallelujah”. Gosto muito e prevejo-a no Top 3.

12 pontos

Ricardo Matias - Israel a querer demonstrar qualidade, não fosse o anfitrião deste ano da Eurovisão. A voz do Kobi é de tal forma emotiva e de invejar, e admito que é a canção que mais me emociona no meio de todas as baladas existentes este ano. Não obstante a parte final da canção ter um crescendo previsível (e não tão impactante), não acredito que vencerá, mas Israel estará sem dúvida bem representado e que não vai sem dúvida ter o último lugar (como nós em 2018), acreditando até num Top10.

10 pontos

Tomás Nabais - A equipa da casa aposta seguro neste ano com uma típica balada doce e um pouco enfadonha para o meu gosto; já o instrumental tem um toque clássico e envolvente, a voz de Kobi é melodiosa e competente, fazendo lembrar um pouco os velhos cantores românticos dos anos 60. Arrisco a apostar num top15/20 para Israel com o voto maioritariamente preferencial dos júris.

6 pontos

Total dos 35 comentadores: 220 pontos
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3 comentários:

  1. Que bonita música nos oferece Israel este ano. Emocionei-me ao ouvi-la e aquele sorriso no final - I'm coming home - cheio de significado, depois de alguns acordes plenos de dramatismo, transmite um sentimento de felicidade como só um grande ator consegue fazer. Kobi Marimi é um grande intérprete, não tenho dúvidas, tem uma voz esplêndida que não pode nem deve ser ignorada. Reservo-lhe 12 pontos.

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  2. O Carlos Carvalho de longe o melhor dos comentadores. Justifica como ninguem os seus pontos.

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    1. Também acho que ele se expressa muito bem, mas não é o único.

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