[Olhares sobre o FC2020] Elisa - "Medo de Sentir"

Intérprete(s): Elisa

Tema: Medo de Sentir

André Moreira - Elisa partiu para o Festival da Canção com uma canção que chegou ao TOP das mais virais do momento em Portugal, facto esse que terá conferido um sentido de responsabilidade extra. Se esquecermos a produção, "Medo de Sentir" foi a canção que mais beneficiou do palco das semi-finais da RTP. Com ele foi possível fazer mais com menos. A composição de Marta Carvalho resultou ao vivo e a sua mensagem chegou até ao ouvinte. Ainda assim, tenho de confessar que esperava mais ambição nas notas no terceiro terço da canção. Esperava uma Elisa mais convincente e competente, com mais força... mais afirmada. Considero que os nervos terão contribuído para que isso não se concretizasse. Espero que na Final em Elvas todo o público puxe por ela e esta música acabe por conseguir fazer arrepiar. É das que mais tem potencial para isso!

8 pontos

Fábio Ventura - A melhor canção do Festival da Canção 2020 infelizmente falhou na classificação da melhor actuação do Festival da Canção 2020. “Medo de Sentir” é uma balada contemporânea lindíssima, que cresce ao longo da própria canção e com repetição da audição. Depois das promessas da compositora Marta Carvalho para uma actuação avassaladora, senti-me desiludido com o resultado. Se a canção é também sobre solidão, por que motivo estão os backing singers em palco? Pior, num volume demasiado alto que chega a ofuscar a voz talentosa da Elisa, que é perfeitamente capaz de preencher todo o palco sozinha. Aliás, o próprio vestido que escolheu não se adequa à canção – pedia-se algo mais inocente e simples. Junta-se a isto a péssima iluminação do palco. Porquê luzes coloridas? Porquê leds ligados? A canção pede escuridão e o único foco tem de estar em quem a defende, abrindo depois ao longo do tempo até que regressa à escuridão no momento imediatamente após a nota alta que a Elisa canta por volta dos 2’10’’, momento esse em que a intérprete deve apresentar uma postura de revolta, mágoa, tristeza, dor. As luzes voltam a acender até ao máximo no crescendo seguinte da canção, altura em que deveríamos ver uma Elisa magoada mas em controlo da sua própria dor. Feitas estas alterações, “Medo de Sentir” atingirá facilmente as emoções de todos nós, conquistando-nos e conquistando merecidamente o seu lugar em Roterdão.

10 pontos

Hugo Sepúlveda - Neste momento pergunto ao tempo onde está a actuação arrebatadora que foi apregoada. Talvez esteja guardada para a final, espero eu.  Medo de Sentir é uma das melhores músicas a concurso, sim, mas a actuação ainda ficou aquém. Falta aqui algo que nos conquiste, que nos arrebata de facto! Aquele momento épico que nos deixa em êxtase ou o sentimento que nos agarra aos versos cantados pela Elisa! É uma belíssima balada contemporânea que vai crescendo aos poucos conforme se vai ouvindo mais vezes, mas durante a 1ª metade da música, mais ou menos, não sai do mesmo registo e é fulcral que aí Elisa consiga fazer chegar ao ouvinte/espectador o que sente, senão pode acabar por ser só mais uma balada que se perde entre tantas outras. Continua a estar na disputa e ainda assim foi das melhores da noite, dentro do que foi possível ter em estúdio. Acredito que na final realmente consiga crescer ainda mais em palco.

8 pontos

João Diogo - "Medo de Sentir" era a minha canção preferida na versão estúdio. Uma balada serena, low key, mas cheia de sentimento e com uma letra muito tocante. Este tipo de canção corre sempre o risco de ficar esquecida na Eurovisão. Já passamos por isso com O Jardim e não somos caso único. Mas, o maior problema, é que isso não foi combatido com a apresentação em palco. Pelo contrário. Esta tornou a música ainda mais suscetível de passar despercebida. Não houve um momento alto, não houve algo que prendesse o espetador...faltou até emoção na interpretação da Elisa. O próprio guarda-roupa não foi o melhor. Mereceram passar para a final mas precisam melhor muito em muitos aspetos se querem chegar a algum lado. Recomendo que vejam a atuação da Suécia em 2014 para perceberem como é possível apresentar uma balada de forma espetacular sem cair em ridículos.

10 pontos

Luís Nepomuceno- Muito bom, mas não perfeito. A Elisa não esteve no seu melhor em termos de voz (pode estar a guardar o melhor para a final) e a cena intimista/minimalista... acabou por não ser nada especial. Espero que as coisas melhorem a todos os níveis até à final.

8 pontos

Nuno Carrilho - Apesar da promessa de uma atuação marcante e arrebatadora não ter sido totalmente cumprida, Elisa não desiludiu em palco. Uma prestação simples mas muito bem conseguida, mas que tem grande potencial para mais... muito mais ainda. É uma das nossas melhores apostas para Roterdão.

12 pontos

Patrícia Gargaté - Não era esta canção que teria uma aposta em palco marcante? Creio que li essa promessa algures... e não foi cumprida. A Elisa esteve como a canção: simples e eficaz. Muito bem vocalmente e a canção é belíssima. Uma das melhores a concurso... mas será suficiente?

8 pontos

Pedro Fernandes - “Medo de Sentir” é uma balada lindíssima que tem todo o potencial para vencer esta edição do Festival da Canção. Contudo, sai um pouco desiludido com todo o pacote que foi montado para a atuação da Elisa. Esperava mais, muito mais, principalmente depois das promessas de uma atuação avassaladora por parte de Marta Carvalho, a compositora do tema. Os backing singers estão, claramente, num volume demasiado elevado, ofuscando a voz lindíssima da Elisa. A nível cénico, preferia vê-los no backstage e deixar a Elisa brilhar e tomar conta do palco sozinha, ajudando a elevar a mensagem da canção, solidão. Em termos de outfit, por vezes less is more - o vestido faz a Elisa 20 anos mais velha - preferia algo mais básico, mais descontraído, transmitir simplicidade e inocência. Tiraria o tripé para o microfone de forma a dar maior liberdade a Elisa de se expressar em palco, deixá-la sentir a música. O palco está demasiado iluminado, principalmente no início. Escuridão total só com um foco de luz na Elisa era o que se pedia e, posteriormente, a iluminação aumentar, acompanhado o  crescendo da canção. No momento de quebra na canção (após a nota prolongada), Elisa deveria mostrar muita mais expressividade (destroçada, triste, revoltada) e o palco deveria voltar ao registo sóbrio e escuro para acompanhar esse estado de espírito para voltar depois voltar a explodir no novo crescendo da canção. Este tema é um diamante em bruto, assim saibam fazer um staging que a leve a esse patamar.

10 pontos

Rúben Ameixa - A minha canção favorita deste Festival da Canção. Uma canção simples e com uma letra bonita. Para colmatar, a voz da Elisa que é bonita e nos faz querer ouvir mais. Com o stage certo (mas sem coros), vejo-a perfeitamente a representar Portugal em Roterdão.

12 pontos

Total: 86 pontos