[Olhares sobre o FC2020] Filipe Sambado - "Gerbera Amarela do Sul"

Intérprete(s): Filipe Sambado

Tema: Gerbera Amarela do Sul

André Moreira - Segue-se "Gerbera Amarela do Sul" - um grito interventivo a tudo o que não funciona no país - quer pelos valores sociais invertidos, quer pelos que, "no poleiro", têm o poder de exemplificar com o certo e que insistem em perpetuar o molde errado. É, aliás, deste premissa consciente que Sambado aposta na cenografia. Naquela que foi, a meu ver, a atuação mais segura vocalmente desta noite de Festival, Filipe Sambado - citando as suas palavras - "enterra o país" num modelo escuro. Esteticamente falando considero que a performance foi do melhor que já vimos em Festivais da Canção. Gostaria que o Filipe tentasse mover-se um pouco mais na segunda fase da música. É-me difícil ser sucinto na minha opinião a esta canção por nela ver tantos pormenores que merecem destaque. A sua passagem à final foi uma enorme alegria e espero que nesta Filipe Sambado se permita elevar ainda mais.

12 pontos

Fábio Ventura - Filipe Sambado, aclamado na crítica especializada, tem vindo a desenvolver um percurso polémico - depois de já ter dado um concerto totalmente despido, Sambado conseguiu repetir a proeza de virar os holofotes de um festival que o assusta para si mesmo. Seguindo o conselho do jurado Rui Miguel Abreu, aceitou a oportunidade de poder colocar um grão de areia (ou uma “Gerbera Amarela do Sul”) na engrenagem do Festival. Nasceu assim a canção que crítica o próprio certame. O cantor, que não se revê no lado competitivo do evento, critica o formato e a valorização das canções que melhor poderão representar o país na Eurovisão em desprezo daquelas que são efectivamente boas, independentemente de serem as melhores ou as piores representantes dos fãs portugueses (“Mesmo a ser de qualquer laia / Só com roupa de ir para a praia / Fazem de mim pitaia / Para chegar a cônsul”). A pitaia, à semelhança da gerbera, vem de lugares tropicais e é tropicalmente (ou excentricamente), que Filipe Sambado se apresentou no palco do Festival da Canção. Sambou e resultou. O cantor foi eleito cônsul, contra a sua vontade, e consoladamente prosseguirá para a final.

7 pontos

Hugo Sepúlveda - O número 2 costuma ser fatídico na Eurovisão, mas aqui acabou por ser a surpresa da noite: Filipe Sambou ! Gerbera Amarela, só de nome, porque a sua actuação foi sombria e obscura! Filipe Sambado proporcionou-nos um momento que tão cedo não vai ficar esquecido - ou compreendido (confesso que gosto bastante de enigmas e significados)! Haja alguém que pense a sério na apresentação. Esta Gerbera Amarela do Sul já tinha crescido bastante em mim, mas nunca pensei que fosse além da semifinal. Filipe conseguiu semear e colher uma nova dimensão da música, elevando-se ao ponto de ser concorrência mais resistente que muita erva daninha. Não é uma música e uma actuação fácil de digerir e claro que os comentários pejorativos não vão tardar, mas “ó tio estou tão consulado”!

12 pontos

João Diogo - Filipe Sambado foi uma das surpresas da noite (neste caso positiva). Um dos poucos que teve o cuidado de planear uma apresentação em palco e se preocupou com o aspeto visual. Afinal de contas, o Festival da Canção é um programa de televisão. Não era grande fã da música mas fiquei a gostar mais depois da semifinal. Mereceu o apuramento e não precisa mudar praticamente nada para Elvas.

6 pontos

Luís Nepomuceno- Foi uma das surpresas da noite. Apesar de não ser a melhor canção deste ano, o Filipe Sambado fez o que lhe competia e a indumentária e todo o cenário (e a fraca prestação dos restantes concorrentes) acabaram por ajudar a passagem à final.

6 pontos

Nuno Carrilho - Com uma das canções que mais gosto na edição deste ano, o Filipe Sambado conseguiu surpreender-me... pela positiva-negativa durante a atuação: isto é, admito que estava à espera de uma atuação bastante frouxa do cantor... algo que não aconteceu; contudo, não consigo perceber a mensagem que tentou passar com aquela atuação (provavelmente, o problema será meu...). Gostava de ter visto uma atuação mais virada para o lado étnico da canção e com menos extravagância. Contudo, fiquei surpreendido com o apuramento...

10 pontos

Patrícia Gargaté - Sem dúvida, a apresentação com maior preocupação a nível estético desta semifinal. Aqui nota-se que houve um plano preparado e que há uma mensagem que quer ser passada. Felizmente essa mensagem chegou às pessoas o que se refletiu nos resultados. A atuação é impactante, criativa e intrigante: está criada uma fórmula de sucesso. O Filipe Sambado também mostrou uma interpretação a nível vocal. O "dark horse" chegou!

8 pontos

Pedro Fernandes - Sem dúvida a grande surpresa da noite. Filipe Sambado mostrou (e bem) que nem tudo são favas contadas. Este é um excelente exemplo de como um bom staging pode catapultar e elevar uma canção. O sentido estético e a forma irreverente de Filipe Sambado se apresentar em palco poderão não ser consensuais, mas não há como negar o impacto e o cuidado tido com os ínfimos detalhes na performance. Vocalmente também esteve bastante competente. Poderá ser um dark horse em Elvas.

8 pontos

Rúben Ameixa-Pessoalmente não aprecio nem a canção, nem a voz do Filipe. Num caso hipotético de nos representar em Roterdão, parece-me um bottom a grande escala.

4 pontos

Total: 73 pontos