Vasco da Câmara Pereira: "Gosto do resultado final, toca-me muito!"
Por ocasião do lançamento de "Minha dor", versão portuguesa de "Oro", tema com que Jelena Tomasevic irá defender as cores da Sérvia em casa, o escportugal.pt.vu resolveu entrevistar o autor convidado para escrever a letra desta nova roupa da canção, Vasco da Câmara Pereira, um eurofãs entre muitos, mas que conta já com um bom currículo de iniciativas e projectos ligados ao mundo eurovisivo muito em breve, colaborador como cronista no nosso site.
Em primeiro lugar, os meus parabéns pelo excelente trabalho na criação de uma versão portuguesa de "Oro". Como surgiu o convite para escreveres a letra desta versão portuguesa?
Obrigado!!
Eu conheci o Zeljko em 2004 em Istambul. Durante a semana eurovisiva entrevistei-o para um programa de rádio que fiz na altura. Ele ficou muito agradado com as minhas palavras relativamente à sua canção e também muito espantado pelo conhecimento e apresso que tinha (e tenho) pela sua carreira (dois anos antes tinha estado de férias em Belgrado e tinha-o visto em concerto, o que me fez tornar um fã do seu percurso musical).
Entretanto, a troca de mails foi-se mantendo, apesar de menos frequente do que aquela que aconteceu nessa altura.
Este ano voltei a contactar a delegação da Sérvia, para saber se existiria alguma hipótese de realizar uma entrevista à Jelena. Qual foi o meu espanto quando, ao identificar-me, o Zeljko disse que se lembrava de mim.
Nesse contacto ele referiu-se ao seu sentimento relativamente ao "Oro" e aquilo a que ele diz ser um cheirinho musical a tristeza e a fado. Perguntou-me se eu sentia o mesmo e se eu estaria interessado ou conhecia alguém que pudesse fazer uma versão portuguesa da canção.
Disse-lhe então que teria o maior orgulho em tentar fazer um poema para ele, sendo depois tempo de por "mãos" à obra.
No meio disto tudo, sem dúvida que o mais engraçado foram as longas conversas telefónicas que tive com a Jelena, para a ensinar a "falar" português.
Qual foi a tua inspiração para criares "Minha dor"?
Posso dizer que fiz todo o poema numa tarde. Talvez pelo meu apreço pela canção, talvez pela voz forte e sofrida da Jelena.... Tudo me lembrava "alguém" que sente a falta de outro "alguém", de uma maneira muito forte e intensa. Pensando então na minha experiência pessoal, não foi difícil ver qual seria esse "alguém" do qual eu sinto muita falta. De facto, todo o poema foi inspirado na experiência mais traumática que vivi até hoje e que está associada ao falecimento da minha mãe. Por isso, tudo o que esta descrito em "minha dor" refere-se ao que senti e ao que sinto a partir do momento em que a minha mãe morreu.
E o produto final, o que achas do resultado final?
Gosto, toca-me muito. Especialmente depois de ter ouvido as minhas palavras contadas pela Jelena. Sabes que ele expliquei-lhe exactamente onde me inspirei para fazer a letra e acho que ela percebeu exactamente o que sinto e como o gostaria de expressar.
É a primeira vez que dás vida a uma canção através da letra?
Não, não é a primeira vez. Já fiz algumas letras para músicas (poucas). Todas elas associadas a temas que tentaram o seu passaporte eurovisivo. Umas chegaram ao Festival RTP da Canção em si (nos quais tive, por motivos profissionais e pessoais, de usar pseudónimo) e outras nem chegaram a passar do jurí de selecção.
És um dos eurofãs que mais dá cartas no panorâma nacional eurovisivo, quais os projectos no futuro nesta área?
Agradeço as tuas palavras, mas sou um eurofã como outro qualquer... Talvez seja é um eurofã "estranho", por gostar tanto das canções da Grécia e do Chipre (mesmo que sejam mázinhas, LOLLLL) e de canções étnicas.
De qualquer forma, tenho de facto alguns planos nesta área. O mais ambicioso está associado ao Festival RTP da Canção de 2009, mas desse não queria falar muito, uma vez que está ainda numa fase embrionária e o segredo é a "alma do negócio".
Estou também a escrever, em conjunto com dois outros autores (Carlos Portelo e Luís Pereira), um livro sobre a história do Eurofestival e do Festival RTP da Canção. Estamos ainda na fase de escrita e investigação, mas existem já algumas editoras que se mostraram interessadas em publicá-lo. Se as coisas correrem bem e se tivermos tempo para nos aplicar, espero conseguir editá-lo em Maio de 2009.
Também recebi um convite vosso para escrever uma crónica semanal sobre temas pertinentes relativos as ESC. Gostei da ideia e aceitei com enorme prazer.
Como seguidor do ESC há bastantes anos, como achas a edição deste ano em termos de canções? Alguma favorita?
Não acho que esta edição seja memorável de facto, acho até que será uma das menos boas nos últimos anos. Existem canções perfeitamente estúpidas e inadequadas (Irlanda e Espanha), fraquinhas (Estónia) e outras até vulgares.
No entanto, acho que existem alguns países a apostar forte e com muita qualidade. Portugal é um desses paises que, a meu ver, não tinha uma aposta boa desde a Rita Guerra.
As minhas canções favoritas talvez sejam as da Sérvia (e já o era antes do convite), da Arménia, da Bélgica, do Chipre, da Grécia (estas duas era de esperar devido ao que disse anteriormente) e de Israel.
Muito obrigado e boa sorte para os projectos futuros.
Em primeiro lugar, os meus parabéns pelo excelente trabalho na criação de uma versão portuguesa de "Oro". Como surgiu o convite para escreveres a letra desta versão portuguesa?
Obrigado!!
Eu conheci o Zeljko em 2004 em Istambul. Durante a semana eurovisiva entrevistei-o para um programa de rádio que fiz na altura. Ele ficou muito agradado com as minhas palavras relativamente à sua canção e também muito espantado pelo conhecimento e apresso que tinha (e tenho) pela sua carreira (dois anos antes tinha estado de férias em Belgrado e tinha-o visto em concerto, o que me fez tornar um fã do seu percurso musical).
Entretanto, a troca de mails foi-se mantendo, apesar de menos frequente do que aquela que aconteceu nessa altura.
Este ano voltei a contactar a delegação da Sérvia, para saber se existiria alguma hipótese de realizar uma entrevista à Jelena. Qual foi o meu espanto quando, ao identificar-me, o Zeljko disse que se lembrava de mim.
Nesse contacto ele referiu-se ao seu sentimento relativamente ao "Oro" e aquilo a que ele diz ser um cheirinho musical a tristeza e a fado. Perguntou-me se eu sentia o mesmo e se eu estaria interessado ou conhecia alguém que pudesse fazer uma versão portuguesa da canção.
Disse-lhe então que teria o maior orgulho em tentar fazer um poema para ele, sendo depois tempo de por "mãos" à obra.
No meio disto tudo, sem dúvida que o mais engraçado foram as longas conversas telefónicas que tive com a Jelena, para a ensinar a "falar" português.
Qual foi a tua inspiração para criares "Minha dor"?
Posso dizer que fiz todo o poema numa tarde. Talvez pelo meu apreço pela canção, talvez pela voz forte e sofrida da Jelena.... Tudo me lembrava "alguém" que sente a falta de outro "alguém", de uma maneira muito forte e intensa. Pensando então na minha experiência pessoal, não foi difícil ver qual seria esse "alguém" do qual eu sinto muita falta. De facto, todo o poema foi inspirado na experiência mais traumática que vivi até hoje e que está associada ao falecimento da minha mãe. Por isso, tudo o que esta descrito em "minha dor" refere-se ao que senti e ao que sinto a partir do momento em que a minha mãe morreu.
E o produto final, o que achas do resultado final?
Gosto, toca-me muito. Especialmente depois de ter ouvido as minhas palavras contadas pela Jelena. Sabes que ele expliquei-lhe exactamente onde me inspirei para fazer a letra e acho que ela percebeu exactamente o que sinto e como o gostaria de expressar.
É a primeira vez que dás vida a uma canção através da letra?
Não, não é a primeira vez. Já fiz algumas letras para músicas (poucas). Todas elas associadas a temas que tentaram o seu passaporte eurovisivo. Umas chegaram ao Festival RTP da Canção em si (nos quais tive, por motivos profissionais e pessoais, de usar pseudónimo) e outras nem chegaram a passar do jurí de selecção.
És um dos eurofãs que mais dá cartas no panorâma nacional eurovisivo, quais os projectos no futuro nesta área?
Agradeço as tuas palavras, mas sou um eurofã como outro qualquer... Talvez seja é um eurofã "estranho", por gostar tanto das canções da Grécia e do Chipre (mesmo que sejam mázinhas, LOLLLL) e de canções étnicas.
De qualquer forma, tenho de facto alguns planos nesta área. O mais ambicioso está associado ao Festival RTP da Canção de 2009, mas desse não queria falar muito, uma vez que está ainda numa fase embrionária e o segredo é a "alma do negócio".
Estou também a escrever, em conjunto com dois outros autores (Carlos Portelo e Luís Pereira), um livro sobre a história do Eurofestival e do Festival RTP da Canção. Estamos ainda na fase de escrita e investigação, mas existem já algumas editoras que se mostraram interessadas em publicá-lo. Se as coisas correrem bem e se tivermos tempo para nos aplicar, espero conseguir editá-lo em Maio de 2009.
Também recebi um convite vosso para escrever uma crónica semanal sobre temas pertinentes relativos as ESC. Gostei da ideia e aceitei com enorme prazer.
Como seguidor do ESC há bastantes anos, como achas a edição deste ano em termos de canções? Alguma favorita?
Não acho que esta edição seja memorável de facto, acho até que será uma das menos boas nos últimos anos. Existem canções perfeitamente estúpidas e inadequadas (Irlanda e Espanha), fraquinhas (Estónia) e outras até vulgares.
No entanto, acho que existem alguns países a apostar forte e com muita qualidade. Portugal é um desses paises que, a meu ver, não tinha uma aposta boa desde a Rita Guerra.
As minhas canções favoritas talvez sejam as da Sérvia (e já o era antes do convite), da Arménia, da Bélgica, do Chipre, da Grécia (estas duas era de esperar devido ao que disse anteriormente) e de Israel.
Muito obrigado e boa sorte para os projectos futuros.
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